De difícil acesso a olho nu, esses desenhos pré-incaicos representam desde abstrações até uma figura conhecida como Felino Emplumado
Os ornamentos de um enorme monumento monolítico peruano foram finalmente mapeados. Este artefato de 2.000 anos já era conhecido pelos locais e já havia sido relatado por exploradores, mas somente agora uma digitalização da superfície através do scanner Artec revelou desenhos muito difíceis de serem distinguidos a olho nu.
A digitalização em verde torna as imagens mais visíveis. Nestes ornamentos, é possível localizar redemoinhos e padrões circulares que acompanham o desenho de presas associadas a uma figura que os arqueólogos chamam de “ente felina emplumada”. O padrão, ao mesmo tempo, é abstrato.
A partir de Leymebamba, "nós caminhamos, corremos, montamos cavalos através de selvas de 1.800 metros até 4.000 m até esta aldeia remota onde literalmente ninguém vai", disse Jason Kleinhenz, engenheiro que examinou a pedra, à Live Science. A localização do artefato é de difícil acesso. Arqueólogos envolvidos na expedição temem que as forças naturais causem erosão no objeto a ponto da interferência antrópica se perder.
"Era como ir de férias em uma ilha, com tudo reservado, mas talvez a ilha não esteja lá", disse Daniel Fernandez-Davila, arqueólogo especializado na região. Segundo ele, a figura felina com penas indica que o objeto é original do Período Formativo, entre 200 a.C. e 200 d. C.
"É icônico... apenas pessoas desse período podem esculpir da maneira que é mostrada no monólito”, complementa Davila. De acordo com sua explicação, a pedra é de um material que não é natural da região, o que significa que ela teria sido arrastada até lá, num movimento de organização social: “um esforço comunitário definitivamente".