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Lápide mais antiga dos EUA, pertencente a cavaleiro inglês, tem mistério revelado

Erguida em 1627, lápide mais antiga dos Estados Unidos pertencia a um cavaleiro britânico nomeado pelo rei Jaime I — mas sua origem se tornou um mistério por séculos

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 19/09/2024, às 14h40

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A lápide mais antiga dos Estados Unidos - Jamestown Rediscovery
A lápide mais antiga dos Estados Unidos - Jamestown Rediscovery

A lápide mais antiga dos Estados Unidos pertence a um cavaleiro inglês. Mas durante séculos, os pesquisadores buscavam entender sua origem. Contudo, um novo estudo não só desvendou esse mistério como também serviu para uma luz sobre as rotas comerciais ligadas à América colonial.

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Até então, os arqueólogos sabiam que a lápide pertencia a um cavaleiro britânico e foi erguida em 1627, em Jamestown, no estado da Virgínia, onde foi instalado o primeiro assentamento inglês permanente na América. Porém, não estava claro de qual lugar exato da Europa havia vindo a laje feita de calcário preto. 

Em novo estudo publicado recentemente no International Journal of Historical Archaeology, pesquisadores avaliaram as esculturas e incrustações da lápide — e encontraram uma forma de rastrear suas origens.

A origem da lápide

Segundo repercutido pelo The Independent, os cientistas descobriram que a lápide apresentava uma depressão esculpida que provavelmente continha incrustações de bronze de um escudo, um pergaminho desenrolado e uma representação de um homem com armadura.

Ao pesquisarem documentos da época, o grupo encontrou registros históricos indicando que dois cavaleiros morreram em Jamestown durante o século 17: Sir Thomas West, em 1618, e Sir George Yeardley, em 1627.

Posteriormente, foi constatado que o enteado de Sir Yeardley encomendou uma lápide na década de 1680 com a mesma inscrição presente na de calcário preto. O que levou os pesquisadores a suspeitar que a lápide de 1627 pertencia a George.

George Yeardley nasceu em Southwark, na Inglaterra, em 1588. Ele chegou a Jamestown em meados de 1610, após sobreviver a um naufrágio perto das Bermudas, aponta o Independent. Ele foi nomeado cavaleiro pelo rei Jaime I quando retornou à Inglaterra 1617. Em 1621, George voltou para Jamestown, morrendo por lá cerca de seis anos depois. 

Outro ponto investigado pelos cientistas foi a origem da pedra da lápide. Estudando os fragmentos delas, eles notaram minúsculos micróbios fósseis, muitos dos quais não coexistiam na América do Norte. Os fósseis desses micróbios, disseram os pesquisadores, eram mais comuns onde hoje é a Bélgica e a Irlanda.

A pesquisa, então, se restringiu à Bélgica — que era conhecida na época como a fonte mais comum desse tipo de rocha calcária. "Portanto, a lápide do cavaleiro teve que ser importada da Europa. Evidências históricas sugerem que da Bélgica, ela foi transportada para Londres e para Jamestown", escreveram os cientistas.

Supomos que ela [a rocha] foi extraída e cortada no tamanho certo na Bélgica, enviada pelo Rio Meuse, através do Canal da Mancha até Londres, onde foi esculpida e as incrustações de latão instaladas, e finalmente enviada para Jamestown", prosseguiram.

A descoberta ajudou a lançar uma luz sobre a extensão das redes comerciais que conectavam a Europa e Jamestown durante os tempos coloniais. Essas pedras pretas como azeviche eram "as mais procuradas e caras" na Europa na época, de acordo com o estudo.

"Colonos bem-sucedidos da Virgínia que viveram em Londres estavam familiarizados com as últimas modas inglesas e tentaram replicá-las nas colônias", finalizaram os pesquisadores.