Docente de universidade federal declarou que se recusa a orientar estudantes que apoiaram Lula
Um print de um grupo do WhatsApp dos estudantes de doutorado em Farmácia da Universidade Federal do Amapá (Unifap) viralizou nas redes sociais após a professora dos alunos, que apoia Bolsonaro, informar que não irá mais orientar os estudantes. O motivo, conforme alegou a docente, é que os doutorandos apoiam o presidente eleito,Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo informações do UOL, Sheylla Susan de Almeida, como se chama a professora, comunicou sua decisão nessa última quarta-feira, 2.
No print, podemos ver que, ao descobrir que dois alunos eram contra a reeleição de Bolsonaro, ela informa que irá à Universidade entregar a carta de desistência, pois, não quer "esquerdistas no laboratório".
"Não quero esquerdistas no laboratório. Portanto, sigam a vida de vocês, e que Deus os abençoe", escreveu Susan.
A docente deixa claro que o comunicado não é destinado apenas aos dois alunos, pedindo com que a mensagem seja compartilhada caso tenha outros estudantes que apoiam o candidato do PT. "Se tiver mais algum esquerdista, que faça o favor de pedir desligamento. Ou estão comigo ou contra mim", disse ela.
A fonte tentou conversar com a professora para escutar o lado dela, porém, não teve sucesso.
A estudante Débora Arraes, 35, cedeu uma entrevista ao UOL contando que foi dispensada do curso por votar em Lulano segundo turno das eleições presidenciais.
"Fui informada de que eu estava sendo desligada pelo fato de eu ter votado no Lula. Ela nunca havia demonstrado posicionamento semelhante por questões políticas. Nas redes sociais, ela é declaradamente negacionista, mas eu, como aluna e também professora, entendo que são posições que não deveriam ser consideradas numa relação entre orientador e orientando", declarou Débora.
A Unifap divulgou uma nota sobre caso, informando que repudia a declaração da professora e que irá analisar o caso para tomar as medidas cabíveis.
"Registra-se que a Unifap não concorda com tal conduta e os fatos estão sendo apurados, bem como serão adotadas as providências necessárias após as devidas apurações", escreveu a instituição em nota.