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Notícias / Saúde

Novo estudo encontra substância estimulante em cigarros eletrônicos

Estudos revelam presença de substância da família da anfetamina em cigarros eletrônicos; especialistas temem aumento no vício e riscos à saúde

Redação Publicado em 15/08/2024, às 14h06 - Atualizado às 15h18

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Mulher usando cigarro eletrônico - Getty Images
Mulher usando cigarro eletrônico - Getty Images

Uma investigação inédita realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina, em parceria com a Polícia Científica do estado, chegou a uma descoberta alarmante sobre os cigarros eletrônicos comercializados ilegalmente no Brasil.

Além de substâncias tóxicas já conhecidas, como nicotina e formaldeído, os pesquisadores identificaram pela primeira vez a presença de octodrina, uma droga sintética da mesma família da anfetamina, que potencializa o vício e pode causar sérios danos ao sistema cardiovascular.

Apesar da proibição do comércio de 'vapes' no Brasil, a entrada ilegal desses dispositivos pelo país tem se intensificado, alimentando um mercado milionário.

As análises realizadas em dez dispositivos de três marcas diferentes revelaram a presença da octodrina, uma substância com efeitos estimulantes semelhantes aos da anfetamina, que não estava listada nas embalagens. Isso significa que os consumidores estavam inalando a droga sem qualquer conhecimento sobre seu conteúdo.

De acordo com Camila Marchioni, uma das pesquisadoras envolvidas no estudo, a octodrina aumenta o potencial de vício dos cigarros eletrônicos, tornando ainda mais difícil para os usuários interromperem o uso.

A pessoa acaba precisando fumar mais vezes ao longo do dia para obter o mesmo efeito, o que aumenta significativamente os riscos de dependência e complicações de saúde", explicou Camila, no relato da pesquisa.

João Pedro, influenciador digital de 20 anos, começou a fumar 'vape' aos 14 anos acreditando que era inofensivo. Hoje, ele luta contra um vício avassalador e usa sua influência nas redes sociais para alertar outros jovens sobre os perigos do cigarro eletrônico. “O que parecia ser apenas vapor d’água, na verdade, era um veneno que me prendeu por anos”, desabafa.

Urgência

A pesquisa, ainda em fase preliminar, expõe a urgência de medidas mais eficazes para coibir a entrada e venda de cigarros eletrônicos no país, além da necessidade de mais investigações sobre as substâncias presentes nesses dispositivos. “Precisamos entender melhor o que há nesses produtos e os efeitos que podem ter na saúde pública, especialmente entre os jovens”, conclui Adriana Gioda, outra pesquisadora envolvida.

Segundo o G1, enquanto a indústria tenta reverter a proibição, argumentando que a falta de regulamentação abre espaço para produtos sem controle, médicos e especialistas alertam para o aumento dos casos de dependência e doenças relacionadas ao uso dos vapes. A situação já é considerada uma crise de saúde pública em países onde o dispositivo é permitido, como nos Estados Unidos e no Reino Unido.