Ex-funcionária da Harrods relatou em detalhes os abusos sexuais cometidos pelo bilionário egípcio Mohamed Al Fayed, que morreu em 2023
Em uma coletiva de imprensa emocionante nesta sexta-feira, 20, Natacha, uma das mais de 20 mulheres que acusam o falecido bilionário egípcio Mohamed Al Fayed de abuso sexual, detalhou os horrores que viveu enquanto trabalhava na luxuosa loja de departamentos Harrods, de propriedade do magnata.
A jovem, que foi contratada por Al Fayed aos 19 anos, descreveu o empresário como um "predador" que a manipulou e a submeteu a abusos sexuais durante anos. "Ele era inteligente e manipulador. Sem que eu soubesse, tinha entrado na cova dos leões", lamentou Natacha.
A vítima relatou que era submetida a exames médicos invasivos e "desnecessários", era isolada dos colegas de trabalho e era frequentemente convidada para reuniões privadas que se transformavam em assédio sexual. Ela contou ainda que era beijada à força, tocada de forma inadequada e, em uma ocasião, foi trancada em um apartamento e quase estuprada.
Eu vi a porta do quarto dele parcialmente aberta, havia brinquedos sexuais à mostra. Fiquei petrificada", revelou a vítima.
A revelação de Natacha ocorre após um documentário da BBC ter trazido à tona as acusações contra Al Fayed, que morreu em 2023. De acordo com os advogados das vítimas, um processo civil está sendo movido contra a Harrods, onde a maioria das mulheres trabalhava. Os advogados afirmam que o bilionário submetia as candidatas a exames sexuais como parte do processo de seleção e que a loja de departamentos facilitava os abusos.
"Esse era um tráfico sistemático de mulheres para gratificação sexual", afirmou Dean Armstrong KC, um dos advogados das vítimas.
A Harrods, por sua vez, se disse "horrorizada" com as acusações e afirmou que a empresa é "muito diferente daquela de propriedade e controlada por Al Fayed". Segundo o G1, a loja de departamentos prometeu resolver as reivindicações das vítimas da forma mais rápida possível.