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Notícias / Gunung Padang

Megálito de Gunung Padang foi construído 10 mil anos antes que Pirâmides do Egito

Segundo estudo, construção, que está submersa a 30 metros de profundidade, pode ser a mais antiga do mundo feita pelo homem

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 06/11/2023, às 11h42 - Atualizado em 09/11/2023, às 19h44

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A pirâmide de Gunung Padang, na Indonésia - Divulgação/Ade Lukmanul Haki
A pirâmide de Gunung Padang, na Indonésia - Divulgação/Ade Lukmanul Haki

Uma equipe de arqueólogos descobriu que uma pirâmide da Indonésia, um megálito de 30 metros de profundidade submerso em uma colina de rocha de lava, é considerada a pirâmide mais antiga do mundo.

Gunung Padang (que significa "montanha da iluminação" na língua local), foi encontrada por exploradores holandeses em 1890. Acredita-se que ela poder ser a construção mais antiga feita pelo homem, de acordo com a última datação por radiocarbono feita no local.

Os testes apontam que a construção inicial da pirâmide, com centenas de degraus esculpidos em lava de andesito, começou há mais de 16 mil anos — durante a última Idade do Gelo.

A construção inicial da pirâmide, com centenas de degraus esculpidos em lava de andesito/ Crédito: Sekan Karan

Como resultado, Gunung Padang seria 10.000 anos mais velha que todos os grandes monumentos e pirâmides de Gizé, no Egito; e também que o lendário Stonehenge, na Inglaterra. A pirâmide também seria milhares de anos mais velha que o megálito de Göbekli Tepe descoberto na Turquia — que até então possui a alcunha de "mais antigo do mundo".

A construção

De acordo com os pesquisadores, em artigo publicado na revista Aological Prospection, a estrutura pode derrubar a sabedoria convencional sobre o quão "primitivas" eram as sociedades de caçadores-coletores — revelando as "capacidades de engenharia das civilizações antigas".

Durante mais de um século, especialista discutiram se a estrutura subterrânea de Gunung Padang se tratava de uma pirâmide artificial ou apenas uma formação geológica natural. Entre 2011 e 2015, o geólogo Danny Hilman Natawidjaja, da Agência Nacional de Investigação e Inovação da Indonésia, liderou uma equipe de arqueólogos, geofísicos e geólogos para sanar essa dúvida.

Com a ajuda de radares de penetração no solo, o grupo obteve imagens do subsolo, além de realizar técnicas de perfuração e escavação de 'trincheiras'; o que permitiu que fosse explorado as primeiras camadas de Gunung Padang — que estão cerca de 9 andares (ou 30 metros) abaixo da superfície.

"Este estudo sugere fortemente que Gunung Padang não é uma colina natural", explicam os arqueólogos no artigo, "mas uma construção semelhante a uma pirâmide". Afinal, no núcleo dela foi encontrada estruturas de pedra de lava "meticulosamente esculpidas" e "maciças" feitas de andesito: uma rocha ígnea de granulação fina.

A camada mais profunda, apelidada de Unidade 4, "provavelmente se originou como uma colina de lava natural", escreveram, "antes de ser esculpida e depois envolvida arquitetonicamente durante o último período glacial", em algum momento entre 16 mil e 27 mil anos atrás.

Com o estudo, os pesquisadores acreditam que Gunung Padang foi construída ao longo de milênios, em "estágios complexos e sofisticados". Depois da Unidade 4, na Idade do Gelo, a construção foi "abandonada pelos primeiros construtores durante milhares de anos".

Entre os anos de 7.900 e 6.100 a.C., a fase seguinte, Unidade 3, foi "deliberadamente enterrada com preenchimentos substanciais de solo". A Unidade 2, a próxima camada de pilares de pedra, degraus e terraço, surgiu entre os anos 6.000 e 5.500 a.C.. Já a camada final, Unidade 1, é mais jovem que algumas pirâmides do Egito, sendo concluída entre 2.000 e 1.100 a.C..

Os construtores da Unidade 3 e da Unidade 2 em Gunung Padang devem ter possuído notáveis ​​capacidades de alvenaria, que não se alinham com as culturas tradicionais de caçadores-coletores", de acordo com Natawidjaja e seus colegas.

"Dada a longa e contínua ocupação de Gunung Padang, é razoável especular que este local teve uma importância significativa, atraindo povos antigos para ocupá-lo e modificá-lo repetidamente", completou.