O criminiso justifica que sua prisão em terras tupiniquins era incompatível e feriu direitos humanos
Os advogados de Maurício Hernandez Norambuena, criminoso chileno que coordenou o sequestro do publicitário Washington Olivetto entre os anos de 2001 e 2002, apresentaram documentos a Corte Interamericana de Direitos Humanos contra o governo do Brasil, justificando que o homem cumpriu uma pena incompatível com seu crime.
Antes de ser extraditado de volta a seu país-natal, durante o governo Bolsonaro, o chileno esteve em Regime Disciplinar Diferenciado, popularmente conhecido como "solitária". Tal medida é avaliada por sua defesa como uma violação aos direitos humanos, com o processo sendo aceito pela comissão em novembro de 2022, que alegou requisitos para avançar.
De acordo com o portal de notícias G1, o caso agora está na segunda fase e contará com a avaliação de seis juízes. Caso considerem a prisão de Norambuena mais rígida que o necessário, o Brasil pode ser condenado a indenizá-lo e reparar financeiramente seus familiares, sendo inclusive uma das recomendações feitas pela Comissão.
No dia 11 de dezembro de 2001, um dos maiores nomes da publicidade brasileira, Washington Olivetto, foi alvo de um audacioso sequestro que chocou o país e colocou em evidência a fragilidade da segurança pessoal mesmo para personalidades conhecidas e influentes.
Olivetto, renomado publicitário responsável por campanhas icônicas, como a dos "Mamíferos da Parmalat" e do ‘Garoto Bombril’, teve seu carro interrompido por uma falsa blitz. Nela, os criminosos armados invadiram seu carro, agrediram seu motorista e levaram o passageiro para um cativeiro desconhecido, encapuzado.
O sequestro durou 53 dias, durante os quais os sequestradores mantiveram contato com a família do publicitário exigindo um resgate milionário. Finalmente, em fevereiro de 2001, Olivetto foi libertado pela polícia em uma operação bem-sucedida, sem a necessidade de pagamento de resgate. O cativeiro foi descoberto em uma casa no bairro do Brooklin, em São Paulo, preso em um cubículo de 3 metros por 1, como informou o portal Opera Mundi.