A marca BrewDog se declarou "antipatrocinadora" do evento e promete doar valor das vendas para instituições no Qatar
Na véspera da Copa do Mundo 2022, o Qatar proibiu a venda de cerveja no entorno dos estádios, decisão que gerou impacto na FIFA e na Budweiser, marca de cerveja que é patrocinadora oficial do Mundial.
Em reação às notícias, uma cervejaria escocesa chamada BrewDog decidiu ser a “antipatrocinadora” da Copa em protesto contra o evento.
Segundo o CEO e cofundador da empresa, James Watt, os motivos da decisão seriam as leis contra homossexuais no país sede, a violação dos direitos humanos e o suborno de membros da FIFA para garantir o país do Oriente Médio como sede do torneio. Em sua página no LinkedIn, Watt afirmou:
Futebol deveria ser para todos. Mas, no Qatar, a homossexualidade é ilegal, a flagelação é uma forma aceita de punição e é ok que 6.500 trabalhadores morram na construção dos estádios".
A marca espalhou diversos outdoors pelo Reino Unido, reforçando que estava protestando contra a “corrupção, abuso e morte” associados ao evento. Além disso, a BrewDog também criou três novas cervejas. As vendas dessa nova linha, chamada de Lost Lager, serão revertidas em doações para instituições que combatem abusos aos direitos humanos no Qatar.
O grupo de direitos humanos Equidem denunciou a morte de 6.500 trabalhadores imigrantes nas obras envolvendo os estádios da Copa do Mundo. As condições, segundo nota divulgada pela organização, seriam de abuso físico, assédio verbal e xenofobia.
Já a organização Human Rights Watch (HRW) denunciou a perseguição a membros da comunidade LGBTQIA+ no Qatar, cujas leis proíbem a homossexualidade. O documento da HRW relata seis casos de repetidas agressões.
No caso dos escândalos de corrupção envolvendo a FIFA, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em 2020, acusou formalmente a Federação por lavagem de dinheiro e diversos esquemas de compra de votos.