Ela foi responsável por colorir digitalmente cerca de 100 fotos que fizeram parte da produção sobre a jazzista
O documentário sobre a artista Billie Holiday, uma das mais importantes jazzistas da história, foi lançado no exterior recentemente e está previsto para ser lançado no Brasil neste ano. O mais interessante sobre a produção, porém, é que uma artista brasileira foi responsável por dar cores ao documentário.
Marina Amaral coloriu digitalmente ao menos 100 fotografias que foram transmitidas na produção. Conhecida por ser uma das maiores coloristas de fotos P&B, ela foi essencial para o desenvolvimento do longa-metragem.
“O detalhe que mais me emocionou foi a colorização do vídeo de uma apresentação ao vivo de Strange Fruit, uma música importantíssima do repertório dela. Fala de racismo, linchamento e Billie cantava com a alma. Essa apresentação é uma versão muito mais visceral que as versões em áudio que escutei. Fico impressionada até hoje quando vejo esse trecho”, destacou Amaral.
O foco da artista era principalmente retratar a cor da pele da cantora de maneira correta. Ela explicou: “Algumas fotos estavam ‘estouradas’ pelo flash ou pela má preservação da imagem, o que acabava fazendo com que a pele dela ficasse muito mais clara do que era de fato. Corrigir esses detalhes técnicos foi imprescindível para que Billie pudesse ser apresentada como a mulher negra (e orgulhosa disso) que ela era”.
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Outra questão importante foi a cor das roupas, cenários e acessórios, por exemplo. “Levei em consideração a época, os ambientes, e o contexto geral das fotos para definir as cores que usei”, disse.
O documentário conta a história da cantora, passando pelos principais momentos de sua vida e carreira, mas também relata muito mais do que isso. O intuito da produção é fazer com que as pessoas entendam quem foi Billie Holiday a partir de entrevistas realizadas com pessoas que a conheciam, indo desde seus parentes até agentes do FBI que a prenderam.