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Notícias / São Paulo

Após Oscar, deputado propõe renomear rodovia Castello Branco para Eunice Paiva

Projeto de lei busca homenagear personagem de filme vencedor do Oscar 2025, que retrata a luta por justiça durante a ditadura militar

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 05/03/2025, às 17h30

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Deputado propõe renomear rodovia Castello Branco para Eunice Paiva - Reprodução
Deputado propõe renomear rodovia Castello Branco para Eunice Paiva - Reprodução

Em um movimento que ecoa a vitória do filme 'Ainda Estou Aqui' no Oscar 2025, o deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL) submeteu à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) um projeto de lei. A proposta visa renomear a rodovia estadual Presidente Castello Branco (SP 280) para rodovia Eunice Paiva, em homenagem à protagonista do filme dirigido por Walter Salles.

Na justificativa do projeto de lei, o deputado fundamentou sua proposta em dois pilares principais: segundo Guilherme, o ex-presidente militar foi um dos principais articuladores do golpe, evento que culminou na morte do deputado Rubens Paiva, marido de Eunice. O deputado ainda destacou Eunice como uma figura emblemática na luta pelos direitos humanos e pela justiça no Brasil, em contraposição à figura de Castello Branco.

A rodovia, com seus 315 quilômetros, foi inaugurada em 1968. Seu trajeto se inicia no Cebolão, em São Paulo, e atravessa importantes municípios da Região Metropolitana, indo até o interior do estado, finalizando entre as cidades paulistas de Espírito Santo do Turvo e Santa Cruz do Rio Pardo.

Argumentos

Em sua argumentação oficial, o deputado registrou que "o golpe militar de 1964, liderado por figuras como Humberto de Alencar Castello Branco, inaugurou um período de profunda repressão e violência no Brasil".

"Segundo o Arquivo Nacional do Centro de Referência de Acervos Presidenciais, Castello Branco, promovido a general-de-Exército em 1962, foi um dos principais arquitetos do golpe que depôs o presidente João Goulart, assumindo a presidência da República por meio de eleição indireta em 15 de abril de 1964", afirmou Guilherme em sua argumentação.

Segundo o G1, ele argumentou ainda que "seu governo instaurou um aparato legal para legitimar o endurecimento do regime, com intervenções em sindicatos, extinção de entidades estudantis e prisões indiscriminadas".

Nascida em São Paulo, Eunice foi presa durante o regime militar. Após sua libertação, iniciou uma busca incansável pelo marido desaparecido, o deputado Rubens Paiva. Ela exigiu que o Estado reconhecesse oficialmente a morte de Rubens e revelasse o paradeiro de seu corpo, mas o governo nunca atendeu a essas demandas.