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Notícias / Arqueologia

Jarro de 1.200 anos com ilustrações de camelo é descoberto em Israel

Durante escavações em Horvat 'Anim, na Floresta Yatir, arqueólogos israelenses descobriram um curioso jarro de barro com ilustrações de camelo

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 29/03/2025, às 17h00

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Jarro de barro com ilustrações de camelos encontrado em Israel - Divulgação/Autoridade de Antiguidades de Israel/Emil Aladejm/Dafna Gazit
Jarro de barro com ilustrações de camelos encontrado em Israel - Divulgação/Autoridade de Antiguidades de Israel/Emil Aladejm/Dafna Gazit

Recentemente, durante escavações nas ruínas de Horvat 'Anim, na Floresta Yatir, em Israel, arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) realizaram um chato surpreendente: um jarro de barro de 1.200 anos, com ilustrações representando camelos.

Essa descoberta, segundo a IAA, fornece novos detalhes sobre o comércio e o dia a dia na região durante o período abássida (entre os séculos 9 e 10). A escavação vem sendo feita em colaboração com o Keren Kayemeth LeIsrael-Jewish National Fund (KKL-JNF), que está desenvolvendo o local para receber, eventualmente, visitas públicas.

Sítio arqueológico de Horvat 'Anim / Crédito: Divulgação/Autoridade de Antiguidades de Israel/Emil Aladejm

O farro, conforme descrito em comunicado da IAA no Facebook, chama atenção com sua decoração com padrões geométricos vermelhos, representações de camelos e de algum outro animal ainda não identificado — que os pesquisadores suspeitam que possa ser um avestruz ou um burro.

"O fato de camelos aparecerem nas ilustrações do jarro destaca sua importância na época. Camelos transportavam mercadorias por todo o império e eram essenciais para a economia. Nos períodos romano e bizantino, as mercadorias eram tipicamente transportadas por mar via navios ou por terra usando carroças, mas no período islâmico, o camelo teve precedência como o transporte terrestre dominante, substituindo o navio romano pelo 'navio do deserto'", explica Oren Shmueli, da IAA, em comunicado.

Detalhes em jarro descoberto recentemente em Israel / Crédito: Divulgação/Autoridade de Antiguidades de Israel/Emil Aladejm

O recipiente, conforme repercute o Archaeology News, foi descoberto dentro de uma caverna que, antes de ser convertida em uma habitação, era um lagar (uma espécie de tanque de uma oficina, onde frutos podem ser esmagados e transformados em líquido) de azeite. Datado de cerca de 1.300 anos atrás, o lagar é um exemplo notável da produção industrial inicial da região.

"A singularidade do lagar de azeite na Floresta de Yatir está em sua construção bem organizada e avançada para sua época. Era uma antiga fábrica equipada com uma máquina sofisticada e cara para sua época", comenta Shmueli. O lagar, vale destacar, apresentava grandes pedras e um mecanismo de parafuso de madeira, que permitia a extração do óleo, que era então coletado em uma bacia central.

Lagar descoberto em Israel / Crédito: Divulgação/Autoridade de Antiguidades de Israel/Emil Aladejm

Camadas da história

Além do jarro, a escavação também revelou uma sinagoga da era bizantina; ela foi descoberta há 40 anos, mas só agora foi submetida a um processo de conservação. A sinagoga, destacam os arqueólogos, ainda preserva seus pisos de mosaico originais.

Essas descobertas foram apresentadas na 20ª Conferência Anual de Pesquisa do Sul da Autoridade de Antiguidades de Israel na Universidade Ben-Gurion do Negev e, segundo a presidente do KKL-JNF, Yifat Ovadia Luski, fortalecem o vínculo entre as pessoas e a rica herança do Negev.

O Negev guarda muitas camadas de história, e cada descoberta lança luz sobre outro aspecto do nosso passado. Saúdo os esforços para preservar esses locais e convido o público a explorar nossa herança compartilhada", comentou o Ministro do Patrimônio, o rabino Amichai Eliyahu.

Agora, enquanto os arqueólogos continuam os trabalhos de escavação e conservação, espera-se que o sítio Horvat 'Anim possa ser aberto em breve para receber visitantes.