Preso pela morte da própria filha, Isabella, Alexandre Nardoni pode encontrar obstáculo para a progressão atual do regime
Nos últimos dias, o nome Alexandre Nardoni se tornou assunto nas redes sociais. Ele, que está preso desde 2008 pela morte da própria filha, Isabella, deve deixar a prisão no mês de abril após a mudança de regime de cumprimento de pena, que passará a ser aberto.
Entretanto, Alexandre, condenado por jogar Isabella pela janela do prédio onde morava, pode encontrar um obstáculo. Luiz Marcelo Negrini, o promotor que acompanha o processo de progressão de regime em Tremembé, os testes psicológicos podem dificultar o caso de Nardoni.
Assim como Anna Carolina Jatobá, que também foi condenada pelo crime, Alexandre deve passar pelos testes, explica o jornalista e escritor Ulisses Campbell na Coluna True Crime, no O Globo. É neste processo que deve provar que se arrepende do crime cometido, Alexandre, entretanto, nunca confessou o assassinato.
"Ele vai ter que fazer o exame criminológico e o teste de Rorschach para mostrar como lida com o crime que cometeu e, principalmente, para provar que está arrependido de ter matado a própria filha", explicou o promotor.
O teste em questão é popularmente conhecido como 'teste do borrão de tinta'. São exibidas ao presidiário dez pranchas brancas. Oito apresentam manchas abstratas escuras e duas retratos coloridos.
Submetido as pranchas por um psicólogo, o preso descreve o que enxerga em cada uma das pranchas num período de duas horas.
Assim, o teste pode revelar uma personalidade agressiva ou até mesmo vontade de cometer outros crimes. No final do teste, o psicólogo em questão envia laudos ao juiz, que analisa o resultado ao avaliar a mudança de regime de cumprimento de pena.
Em 2019, explica o escritor, o Ministério Público recomendou que Nardoni fizesse o exame, ele, entretanto, recusou. Embora tenha conseguido as 'saidinhas' em datas específicas, o processo atual pode ser mais rigoroso. O condenado, atualmente, se encontra no regime semi-aberto.
"A Justiça costuma ser mais benevolente quando concede as saidinhas porque é uma liberdade muito curta (cada uma tem sete dias). Mas, para mandar o preso para a liberdade, as exigências são mais rigorosas", afirmou Luiz Marcelo Negrini.