A personagem mencionada na Bíblia como uma prostituta pode ter sido uma notória mulher da Galileia
Ao analisar os vestígios de Magdala, atualmente em Israel, a pesquisadora Jennifer Ristine descobriu novas informações que possibilitam traçar a personalidade social de Maria Madalena.
Na obra Mary Magdalene: Insights From Ancient Magdala, a pesquisadora tenta encontrar respostas para as indagações e refletir sobre o desenvolvimento que levou à imagem de prostituta que a Igreja Católica usa para taxar a personalidade.
Cruzando referências bíblicas e registros históricos, a pesquisadora tentou traçar um perfil de Maria no período em que vivia.
As pesquisas de prospecção, em que se descobre a região norte da malha de Migdal (Magdala), demonstraram que a cidade era, na época de Jesus, um importante e bem desenvolvido ponto para pescadores, ficando marcada por sua estrutura e riqueza. Foram encontrados vestígios de um porto, casas grandes, uma sinagoga do século 1, objetos caros de distinção social e uma representação do templo de Jerusalém em pedra.
Os dados encontrados no sítio nos possibilitam entender que trata-se de um lugar consideravelmente rico da região. Os moradores daquele recinto, partindo da forma de ocupação familiar do território no mundo próximo-oriental, seriam também membros ricos de uma elite regional.
A análise documental indica que Maria Madalena não só poderia ter sido uma mulher rica e influente, bem como originária de um povoado economicamente destacável e bem posicionado em termos de empoderamento: “Jesus [...] [junto a] Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; [...] e muitas outras, que o assistiram com as suas posses”. (Lucas 8:1-3).
A ideia de que ela seria uma mulher de riquezas aparece em contramão à narrativa de que seria uma prostituta.
A noção de que Maria Madalena era uma prostituta aparece na Idade Média, com o papa Gregorio Magno. Segundo o pontífice, Maria Madalena seria o sincretismo de três diferentes Marias: uma Maria pecadora, que unge os pés do senhor, uma Maria de Magdala, que aparece com os sete demônios no livro de Lucas, e uma terceira Maria, irmã de Lazaro.
Essas três Marias são consideradas entidades completamente diferentes na mitologia ortodoxa. Na descrição à figura de Maria Madalena, união das três Marias que juntas marcam a personagem pelo recurso do pecado, Gregório é o primeiro a usar como descrição a ideia de prostituta.
Porém, essa noção não é exclusiva a Gregório Magno. Antes dele, no século 2, foi inserida no Talmud (união dos três compilados de textos sagrados entre os judeus) a associação de Maria Madalena como a alcunha de Maria Megaddleda, termo que significa “que carrega cabelos trançados”. O título é usado para indicar mulheres de comportamento impróprio, de má reputação por ser adúltera ou prostituta.
No entanto, ainda há muito que se pesquisar sobre essa polêmica figura. Hoje, conhecemos cerca de 15% da área ocupada de Magdala e todo esse estudo entra em choque com interesses religiosos e políticos ligados tanto à Igreja quanto a Israel, onde fica a cidade. Representações das personagens bíblicas sempre serão assuntos delicados de pesquisa.
+Saiba mais sobre a igreja por meio de grandes obras disponíveis na Amazon:
Como A Igreja Católica Construiu A Civilização Ocidental, de Thomas E. Woods Jr (2017) - https://amzn.to/2ya3872
As grandes mentiras sobre a igreja católica, de Alexandre Varela e Viviane Varela (2016) - https://amzn.to/3aVN07T
Cartas à igreja, de Francis Chan (2019) - https://amzn.to/3b1iBFk
Box Heróis da Igreja, de Al Truesdale (2020) - https://amzn.to/3cdOQ4l
Dois Papas, de Anthony McCarten (2019) - https://amzn.to/38kjgAk
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.
Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp
Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W