Espécie encontrada pela última vez em 2017, em Algarve, Portugal, remonta ao período Jurássico tardio. "Está na Terra certamente antes do homem", diz especialista
Segundo o senso comum, a pré-história é compreendida como o período da história que antecedeu a invenção da escrita, partindo do início dos tempos históricos que se tem registro até, aproximadamente, o ano de 3.500 a.C..
O mundo passou por diversas transformações, tanto em sua geografia quanto entre os seres que habitam nosso planeta. Apesar de existirem diversos estudos sobre todas as coisas que mudaram na terra, não temos tanta certeza sobre como era ou sobre como é a vida em mares e oceanos. Afinal, segundo a SóCientífica, aproximadamente 95% dos oceanos permanecem inexplorados até hoje.
Com isso, não é de se surpreender que vira e mexe uma nova espécie marinha seja identificada por pesquisadores, explorando a vida nas profundezas aquáticas. Um dos casos mais recentes que ajudam a corroborar com esse aprendizado aconteceu há pouco tempo, em 2017, em Algarve, Portugal.
Na ocasião, quando tiravam do mar uma rede de pesca, biólogos marinhos se depararam com uma criatura incomum até mesmo para o mais experiente pescador: o tubarão-enguia, cientificamente chamado de Chlamydoselachus anguineus, nome dado devido a seu formato de serpente. Anguineus, em latim, é o termo para “snaky” (cobra).
Características da espécie
"Esse tubarão pertence à única espécie sobrevivente de uma família de tubarões em que todos os outros foram extintos", disse à BBC Margarida Castro, professora e pesquisadora do Centro de Ciências Marinhas da Universidade de Algarve.
"Alguns acreditam que essa espécie remonta ao período Jurássico tardio. Pode ser um pouco mais recente, mas, de qualquer jeito, estamos falando de dezenas de milhões de anos. Por isso, é muito antigo em termos evolutivos. Está na Terra certamente antes do homem", explica.
Sua alimentação é baseada, principalmente, em outros tubarões, peixes, lulas e polvos. Além disso, o animal tem uma anatomia notavelmente simples, o que, provavelmente, se deve à falta de nutrientes de seu ambiente aquático.
Apesar de a maioria dos tubarões terem suas cabeças chatas, o tubarão-enguia possui uma mais arredondada. Entretanto, entre todas essas características, as que mais chamam a atenção no animal são suas 25 longas fileiras que possuem um total de 300 dentes.
"Ele tem uma grande fileira de dentes perpendiculares à mandíbula. São muito afiados, finos e apontam para dentro. Isso permite a ele pegar presas grandes e não deixá-las escapar, os dentes as impedem de sair", diz Castro. "Claramente se trata de um predador muito agressivo".
Como ele foi encontrado e os riscos de extinção
Apesar de ser considerado um “fóssil vivo”, devido ao tempo em que vive em nosso planeta, o tubarão-enguia é uma espécie bem distribuída geograficamente. Antes da sua aparição em Portugal, por exemplo, um deles havia sido visto em 2015, por pescadores próximos a Lakes Entrance, nu sudoeste de Victoria, na Austrália.
Segundo Simon Boag, da Associação de Pesca de Trawl do Sudeste da Austrália, ninguém na região jamais havia se deparado com uma criatura daquela antes. “Parece ser pré-histórico”, disse.
Já em Algarve, o animal foi encontrado junto a outros peixes capturados em uma rede de pesca lançada a 700 metros de profundidade. "A partir dessa profundidade, a maioria dos peixes chega morta. A rede sobe muito rápido, e eles não sobrevivem à súbita mudança de pressão", esclarece Margarida Castro.
Mas, afinal, a espécie corre risco de ser extinta após tantos anos? Não há uma resposta conclusiva para essa questão por alguns motivos. O primeiro deles é que se sabe muito pouco sobre a espécie.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN, na sigla em inglês), no entanto, o tubarão-enguia pode ser considerado como “quase ameaçado” devido ao medo de que a expansão da pesca em águas mais profundas possa aumentar o número de capturas acidentais.
Entretanto, um fator extra que os coloca em risco é a gestação demorada da espécie: que pode durar até 3 aos e meio, a maior de um animal vertebrado, explica um artigo da SóCientífica.
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