Juntos, os personagens Didi, Dedé, Mussum e Zacarias fizeram o Brasil gargalhar durante três décadas de puro entretenimento
Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 19/09/2021, às 09h00 - Atualizado em 28/10/2022, às 18h00
Transmitida pela primeira vez em 1966, a série “Os Trapalhões” foi uma das mais assistidas da TV brasileira. Até hoje, é impossível negar o impacto do programa na televisão, que divertiu brasileiros por décadas e continua relevante até hoje.
Acontece que, muito além das aventuras de Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, o programa também ficou marcado na história do entretenimento nacional por alguns fatos inusitados — desde seus notórios fãs, até seu inabalável sucesso.
Confira 5 curiosidades sobre o clássico programa "Os Trapalhões":
"Os Trapalhões" foi ao ar durante três décadas devido ao tamanho sucesso na televisão brasileira. Devido a essa popularidade tremenda, o programa chegou até mesmo a entrar para o Guinness Book como quadro de comédia que durou mais tempo no mundo, segundo o portal Terra.
Além dos 30 anos de programa, segundo o projeto Memória Globo, “Os Trapalhões” foi reprisado inúmeras vezes na Globo. Ela já substituiu, na programação do canal de televisão, novelas, programas, entre outros, tornando-se uma das mais passadas na TV. Além disso, a série também foi vendida para emissoras da Angola, Canadá, Estados Unidos e Portugal.
Para tornar-se um programa clássico da televisão brasileira, o programa contou com personagens icônicos como protagonistas. E, como narra o Memória Globo, até mesmo os nomes das figuras foram escolhidos de maneira excêntrica.
O famoso nome “Didi Mocó Sonrisal Colesterol Novalgina Mufumbo” surgiu durante uma esquete, pensado por Renato Aragão. Mauro Gonçalves recebeu a designação de Zacarias em homenagem a um galo que tinha o mesmo nome. Dedé foi o apelido que um irmão deu a Manfried Sant’Anna. O ator Grande Otelo chamou Antônio Carlos de Mussum, uma espécie de peixe.
Ao longo das três décadas de programa e reprises sem fim, Os Trapalhões sofreu preconceito por parte da população. No entanto, esse contexto sofreu uma mudança devido a uma pessoa importante: Carlos Drummond de Andrade. Ainda segundo o Memória Globo, Drummond considerava o programa “terapêutico”.
Em uma entrevista à GloboNews, Renato Aragão contou: "Tudo mudou no dia em que o poeta não atendeu à ligação de um repórter e disse que, naquele momento, não podia dar entrevista, pois estava assistindo a 'Os Trapalhões'. A partir dali, muitos espectadores passaram a assumir que viam o quarteto na TV".
Além de Carlos Drummond de Andrade, outras pessoas notáveis do Brasil prestaram homenagem ao programa, como Caetano Veloso, na música Jeito de Corpo, em 1981. Millôr Fernandes também afirmava que o humor popular sofria uma rejeição da elite brasileira.
Outra vez que a série foi relembrada foi quando Chico Anysio, no documentário O Mundo Mágico dos Trapalhões (1981), narrou que o grupo de trapalhões era como uma “pílula alienante para as agruras do país”.
Em 18 de março de 1990, há pouco mais de 31 anos, morria Mauro Faccio Gonçalves, o Zacarias. Ele deveria retornar em abril daquele ano para as gravações, que foram interrompidas. A morte dele causou um baque no grupo. Tempos depois, os comediantes continuaram a gravar o programa.
No entanto, em 29 de julho de 1994, Antônio Carlos Bernardo Gomes, o Mussum, faleceu. Com mais uma baixa em sua equipe, Didi e Dedé voltaram em 1995 para fazer uma reexibição de programas antigos. Eles tentaram mudar “Os Trapalhões”, mas ele acabou chegando ao fim em 1997.