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Curiosidades / Arqueologia

A triste história por trás da múmia alien do Chile

Foram necessários 15 anos para descobrir a cruel verdade por trás do minúsculo e distorcido cadáver achado no Atacama

Thiago Lincolins Publicado em 25/02/2020, às 07h00

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O estranho esqueleto foi apelidado de 'Ata' - Divulgação / Dr Emery Smith
O estranho esqueleto foi apelidado de 'Ata' - Divulgação / Dr Emery Smith

Em 2003, numa aldeia abandonada no Deserto do Atacama, Chile, pesquisadores encontraram um pequeno e esqueleto que levantou debates e alvoroçou os que acreditam que, sim, eles estão entre nós. O tamanho dos ossos e principalmente do crânio fez com que chegasse a aparecer num documentário sobre alienígenas.

A realidade, porém, é bem mais próxima ao solo terrestre. E é triste. 

O esqueleto foi apelidado de Ata. Ele tem 15 centímetros de comprimento, 10 pares de costelas (ao invés dos 12 normais), e um crânio alongado e deformado. Inicialmente, os pesquisadores acreditavam que ele tinha entre 6 e 8 anos de idade quando morreu — sua vida, dadas suas deformidades, medicamente inconcebível. 

O esqueleto alien / Crédito: Divulgação/Emery Smith

Em 2013, um estudo realizado por Garry Nolan, da Universidade de Stanford, Califórnia, e outros pesquisadores da Universidade da Califórnia, concluiu que Ata era humano. Ainda assim, os pesquisadores não responderam que tipo de mutação causaria um de nós ser tão deformado. 

Já em 2018, outro estudo coordenado por Nolan enterrou os sonhos dos caçadores de alienígenas. As análises afirmaram que Ata é na verdade um feto humano de uma garota descendente de chilenos que foi abortada ou morreu logo após o parto.

O tamanho do corpo foi explicado por diversas mutações genéticas que resultaram em malformações e aceleraram o desenvolvimento dos ossos enquanto ainda era um feto.

O crânio alongado de Ata / Crédito: Divulgação/Emery Smith

Além disso, Nolan também explicou que Ata pode ter sofrido de hérnia diafragmática congênita, um defeito congênito que impede o desenvolvimento do diafragma e leva ao óbito. “Ela estava tão mal formada que não conseguiria se alimentar", disse Nolan em entrevista ao Guardian. "Em sua condição, ela teria acabado em uma UTI neonatal, mas, dado onde foi encontrada, isso não estava disponível."

Outro detalhe que torna a história bem menos misteriosa: ela não data dos tempos dos incas, e tem no máximo 40 anos.

Os cientistas acreditam que no futuro, seu trabalho possa ajudar pacientes com malformações nos ossos.


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