Algumas alemãs, outras não. Todavia, diversas companhias passaram pela influência da Alemanha Nazista, polo industrial europeu
Novo projeto anuncia fusão da Fiat, Chrysley e Renault. A história das montadoras Renault e Fiat possui um aspecto insólito: a Alemanha Nazista.
Volkswagen
Nascida em 1937, em plena Alemanha Nazista, a Volkswagen teve seus primórdios associados com o governo Adolf Hitler. A partir da noção compartilhada entre Hitler e os empresários alemães de que o futuro da indústria estava na fabricação de produtos acessíveis ao povo, e com forte peso nacionalista, a empresa criou o famoso Fusca - que era o maior exemplo de carro popular em sua época. Não à toa, Volkswagen significa "carro do povo".
Hitler viu na Volkswagen um enorme potencial de propaganda para seu governo. A defesa do carro do povo e da soberania fabril do empresariado nacionalista alemão foi de grande utilidade na disseminação de seu governo entre a população.
Muitas campanhas da empresa se associaram diretamente com a ditadura, como o famoso KdF-Wagen, cujo nome carrega o lema do Partido Nazista “Kraft durch Freude” (“Força através da Alegria”).
Com a guerra, boa parte da produção da Volkswagen focou em artefatos militares, como jipes e caminhões-anfíbios.
Ford
Henry Ford e sua famosa empresa automobilística foram importantes aliados políticos de Hitler nos anos 1930. É de conhecimento geral que Ford era um convicto antissemita, e sabe-se que o empresário usou em diversas vezes seu poderio econômico para disseminar o ódio aos judeus, a ponto de ter influenciado profundamente o ódio de Hitler.
No sentido inverso, Ford foi também o mais famoso disseminador de ideias nazistas fora da Alemanha, a ponto de ter sido condecorado pelo governo alemão no início dos anos 1930.
A proposta de economia corporativista também aproximou Ford de Hitler. Os dois concordavam com a ideia de que o trabalhador deveria ser manso e se adequar à posição reservada para cada operário na linha de produção, em nome do progresso.
A partir disso, os dois articularam a noção de que a produção em massa possibilitava que cada trabalhador da fábrica de carros, fosse capaz de adquirir um exemplar do carro que construiu.
Um relatório do Exército dos EUA aponta que a Ford-Alemanha já produzia veículos de guerra para o Reich antes mesmo de 1939 e que sua fábrica fora montada com apoio de Hitler, numa zona considerada segura, próxima a Berlim.
Com o início da Guerra, a Ford (que é estadunidense) era uma das principais fornecedoras do Exército alemão e da SS. Em 1941, a empresa encerrou a sua produção de carros para civis e se dedicou exclusivamente à produção de caminhões de guerra.
Renault
A Renault existe desde 1899 e foi uma das mais notórias montadoras de carros do país. Entretanto, em 1940, a França foi invadida e tomada pela Alemanha nazista, que controlou o país. Como consequência, a Wehrmacht invadiu as fábricas da Renault e tomou o controle das linhas de produção.
A partir desse momento, a maior parte das fábricas da empresa de Louis Renault, que tinha relações com os nazistas e com a empresa Daimler-Benz, focou na produção de veículos de guerra para os alemães. Por esse motivo, a Inglaterra investiu no bombardeamento das fábricas da Renault durante a segunda fase da Guerra.
Com a derrota da Alemanha e a invasão da França pelos Aliados, Louis Renault foi preso por conspiração e relações comerciais com o inimigo. Acabou morrendo na prisão antes de seu julgamento. Depois disso, a Renault foi estatizada.
Fiat
A famosa Fabrica Italiana Automobili Torino tem sua vida pública menos associada a Hitler e mais ligada à Itália Fascista de Mussolini. Entretanto, devido à associação diplomática com o Eixo, a FIAT também teve ligações relevantes com o Reich.
Durante a Segunda Guerra, por exemplo, a FIAT se dedicou à produção de veículos de guerra que foram utilizados pelo Exército Italiano em ações conjuntas entre a Itália e as Forças Armadas Alemãs. A produção foi extremamente diversificada, indo desde ambulâncias até metralhadoras e motores de submarinos.
A Alemanha de Hitler executou várias operações em solo italiano e os equipamentos da Itália foram relevantes nas empresas militares no Sul da Suíça e da Áustria e nos Balcãs.
O próprio Hitler, inclusive, subiu em um FIAT, junto ao general Francisco Franco, da Espanha, e de Benito Mussolini durante uma visita diplomática a Roma. Tratava-se de um modelo Fiat Torpedo Conversível 1939, que Mussolini escolheu para o transporte em vias públicas italianas dos maiores nomes do nazifascismo europeu.
Mercedes-Benz
Originada de uma associação entre as empresas DMG e Benz & CIA após a Primeira Guerra Mundial, a Mercedes-Benz é uma companhia alemã antiga dedicada à produção de carros e motores de alta novação tecnológica.
Com a união entre a Daimler Motoren Gesellschaft e a Benz, a empresa ficou conhecida como Daimler-Benz AG e só se tornaria Mercedes Benz nos anos 1930, com a renovação estética realizada por Karl Benz.
A Deimler-Benz era uma grande produtora de motores, automóveis, caminhões, barcos e aviões tanto civis quanto militares.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a montadora se dedicou quase exclusivamente à produção de artefatos bélicos para a Alemanha, na mesma época em que chegou a portar mais de 30 mil trabalhadores escravizados na linha de produção.
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