O curioso caso ocorreu em 2004 no interior de São Paulo e foi parar na Justiça brasileira
Imagina dar à luz e ter seu bebê trocado na maternidade? Esse foi o caso de Rita Ribeiro da Silva, uma ex-catadora de material reciclável, do interior de São Paulo. Em 2004, a mulher viu sua vida mudar por completo, após os profissionais da saúde trocarem o seu filho recém-nascido por outra criança.
No dia 19 de julho de 2004, Rita deu entrada no Hospital Municipal de Votorantim, onde nasceu seu filho Vitor. Logo após o parto, o médico apresentou um menino magro e moreno. No entanto, naquele mesmo dia, uma enfermeira levou outra criança, alegando ser o filho da mulher.
Giuliano era um bebê branco e gordo, diferente do que ela tinha visto na sala de parto. Em seguida, ela percebeu que o nome do berço havia sido trocado e constava Luciana como a mãe. Contudo, a enfermeira garantiu que o nome Rita constava na pulseira do recém-nascido.
No mesmo dia, a ex-catadora de material reciclável encontrou Luciana pelos corredores e contou a confusão com a troca de berços. No entanto, a mulher afirmou que tinha certeza que a criança que estava com ela era o seu filho, pois o bebê tinha uma mancha na perna, igual o suposto pai.
Em entrevista ao site Universa, em 2018, Rita disse que sabia que Giuliano não era seu filho, e que Vitor havia sido trocado na maternidade.
“Algo me dizia que ele não era o meu filho biológico e que os bebês tinham sido trocados na maternidade. Desabafei com a minha mãe sobre isso, mas ela achou que eu estava com depressão pós-parto”, disse ela ao site Universa.
A verdade
Ao ver a criança, Claudio, marido de Rita, teve certeza que Giuliano não era seu filho biológico. Contudo, o homem achou que estava diante de um caso de adultério. Em seguida ele abandonou a casa e a deixou sozinha cuidando do recém-nascido e das outras duas filhas do casal.
Desempregada e na fase de puerpério, a moça se viu sozinha e desamparada com três crianças. Para sustentar a família, ela começou a fazer faxina e recolher material reciclável pelas ruas da cidade.
Tempos depois, uma funcionária do hospital a procurou, pois a história havia se espalhado pelo hospital. No entanto, só souberam o resultado do teste de DNA quando os meninos já estavam com sete meses de vida.
“O diretor confirmou o erro e disse que tínhamos de destrocar os bebês imediatamente. Eu disse que precisava de um tempo, eu amamentava o Giuliano e não podia tirá-lo do peito de uma hora para outra. Eu queria levar o Vitor comigo, mas também não queria deixar o Giuliano. Fui um pouco egoísta, mas estava preocupada que ele não fosse bem tratado”, disse Rita ao site Universa.
A adoção
O juiz determinou que Luciana se mudasse para a casa da ex-catadora de material reciclável. O objetivo era que as crianças se acostumassem com suas respectivas mães de forma gradual. Entretanto, a mãe biológica de Giuliano não cuidou da criança.
Ela não tinha se adaptado ao filho biológico, alegando que o menino não gostava dela. “Ela disse que se eu não devolvesse o Vitor, eu podia ficar com os dois porque ela não queria ficar com o Giuliano”, disse a mulher ao Universa.
Novamente, o caso foi parar na Justiça, mas desta vez, Rita ganhou a guarda de ambos garotos. Em seguida, Claudio voltou para casa e o casal teve outra filha. No entanto, em 2010, seu marido veio a óbito após um acidente de barco.
Mais tarde, a mulher recebeu uma indenização por danos morais. A ex-catadora de material reciclável disse ao Universa, ainda, que seus filhos são tudo para ela e que a fazem se sentir completa.
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