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Matérias / Brasil

Tradição afro: Griô, o guardião das histórias

Em entrevista à AH, a cineasta Jamile Coelho falou sobre 'Òrun Àiyé: A Criação do Mundo', livro inspirado na figura do griô

Izabel Duva Rapoport Publicado em 05/12/2021, às 10h00

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Fotografia do livro de Jamile Coelho - Divulgação/ Instagram/ @orunoficial
Fotografia do livro de Jamile Coelho - Divulgação/ Instagram/ @orunoficial

Na herança cultural africana, o griô é o guardião das histórias, o responsável por preservar a memória ancestral, transmitida de forma oral entre as gerações. E é a partir de uma figura como essa, no papel de um avô conversando com seus netos, que o livro "Òrun Àiyé: A Criação do Mundo" (ed. Emoriô) descreve a origem da Terra e dos seres humanos de acordo com a mitologia iorubá.

Escrita pela cineasta Jamile Coelho — que conversou com a versão impressa da Aventuras na História — e ilustrada pelo arte-educador Marcone Silva, a obra é uma celebração da sabedoria ancestral, da tradição afro-brasileira e da representatividade. Uma ode aos mais velhos e à própria raiz. 

Aventuras na História: Embora a obra traga uma narrativa fictícia, trata de uma tradição real. Qual a abordagem histórica que o livro oferece para as crianças?

Jamile Coelho: O livro aborda a oralidade mitológica enquanto uma narrativa que recebe contribuições de vários griôs, como os contadores de histórias são conhecidos, no decorrer dos anos. E transita por contos transmitidos de pais para filhos dentro dos terreiros, o local de cultos ao sagrado nas religiões afro-brasileiras.


AH: E como esta pesquisa foi feita?

JC: A oralidade é um patrimônio vivo, que vai ganhando novos contornos ao longo do tempo. É uma construção histórica que vem da África, baseada na mitologia iorubá, que tem a contribuição dos povos negros na formação da identidade do Brasil.

+Leia mais:Entre o Céu, a Lua, o Sol e a Terra: 5 curiosos mitos africanos


AH: A publicação reverencia o professor e historiador Jaime Sodré, falecido no ano passado. Qual o seu legado?

JC: A gente costuma dizer que quando alguém falece com vasto conhecimento acumulado, uma biblioteca se fecha. Doutor em História da Cultura Negra, Jaime Sodré também exercia o papel de contador de histórias. Então, nossa ideia é fazer com que essa biblioteca continue viva. Foi então que fizemos o livro para retratar a criação do mundo a partir da narração do Jaime Sodré. É uma homenagem da contribuição dele para esse legado da cultura afro-brasileira.


AH: Com este trabalho, o que busca despertar nas pessoas?

JC: O livro discute a importância das contribuições africanas para a formação da identidade brasileira. Inserida na proposta da lei 10.639/03, sobre o ensino da cultura negra, a obra busca despertar o interesse sobre a cosmologia africana pela perspectiva da mitologia.


Jamile Coelho é cineasta especializada em animação stop motion e bacharel em cinema e audiovisual pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Produz atualmente o longa-metragem “Cores da diáspora”, rodado em Angola.


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