Em entrevista à coluna de Patrícia Kogut no jornal O Globo, a atriz afirmou "remar contra a maré" quando anunciou a transição
No final da década de 1990, o Brasil teve um novo nome para chamar de símbolo sexual; com apenas 18 anos de idade, a atriz Suzana Alves trocava as roupas casuais pela máscara, chicotinho e cinta liga para se tornar a Tiazinha do Programa H, conduzido na época por Luciano Huck na Bandeirantes.
Tamanha recepção positiva foi capaz de, não apenas tornar a jovem nacionalmente famosa, mas uma marca de sucesso comercial.
De acordo com a Istoé Gente, Tiazinha chegou a ter mais de 100 produtos licenciados, sendo a maioria deles destinados ao público infantil. Ao público adulto, posou três vezes para a Playboy, tendo a primeira edição no segundo lugar de maiores vendagens da história da revista no Brasil. Tudo isso servia como sinônimo de sua ascensão no cenário cultural no país.
Contudo, se engana quem acredita que a exposição só trouxe alegrias; com a pouca idade, a intérprete sofria em momentos fora do personagem com o assédio da mídia e de admiradores, com falta de discernimento entre o que era Suzana e o que era a personagem, além de desamparo na realização de acordos. Dessa maneira, ela fez questão de acabar de vez com a personagem.
Em entrevista concedida à coluna de Patrícia Kogut no jornal O Globo, Suzana explicou que a confusão entre a personagem e a atriz ocorria constantemente em sua vida, impossibilitando a jovem de realizar atividades cotidianas, como passear ou estudar, sem a presença de seguranças pelo tumulto causado.
Além da falta de espaço, o abalo atingiu a vida pessoal e até amorosa da intérprete: “O sucesso da Tiazinha e toda aquela exposição iam sufocar questões que eu queria resolver. Dinheiro esconde tudo. A personagem já estava maior do que eu. A Suzana não tinha uma vida própria. Eu não tinha uma vida, pensava que ninguém ia me amar de verdade. Os homens se aproximavam de mim por interesse. Eu não tinha paz”, explicou.
A decisão pelo fim da personagem, no entanto, chocou as pessoas próximas a atriz, que afirmou estar remando “contra a maré” na época, chegando a desenvolver depressão durante o processo de desconstrução e reposicionamento profissional. “Só tinha gente interesseira atrás de mim. Fui muito roubada, (no sentido) de confiar nas pessoas”, disse Suzana em live com Lizi Benitezvia Instagram.
O legado da personagem foi responsável por dificultar as participações televisivas sem a máscara, além de afastar membros de seu ciclo social: “Vi logo que aqueles amigos não eram meus amigos, que muita gente se aproximava de mim por interesse. Não tive apoio e não imagina que ia ser tão difícil. Mas em nenhum momento eu quis voltar atrás, nem nos mais difíceis”, disse para a coluna de Kogut.
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A dificuldade perdurou durante o casamento com o ex-tenista Flávio Saretta, que perdura até os dias atuais; desconfiada dos homens, explicou que ainda tinha insegurança em relação ao corpo e a compreensão masculina, acrescentando que só aceitou a tentativa de aproximação após três meses de conversa — sendo auxiliada por tratamento psicológico.
“Eu venci também, porque ganhei esse presente. E mais ou menos nessa época comecei a psicanálise. A gente vai vencendo etapas até que uma hora pensa: "Chega, não vou mais perder nada. Se esse é mesmo o homem que Deus reservou para mim, vou lutar com mais afinco", concluiu a intérprete.
Hoje, estão casados e tiveram um filho em 2017, chamado Benjamin. Suzana é, sem dúvidas, um dos maiores nomes da história da televisão brasileira, com um legado indiscutível.
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