Um drama emocionante sobre compaixão e adoção, 'Som da Esperança' estreia neste domingo, 20, na Netflix; confira o que é fato e o que é ficção!
Publicado em 30/03/2025, às 10h00
A Netflix disponibilizou o filme 'Som da Esperança'. Dirigido por Joshua Weigel, o longa estreou em 2024, e chamou atenção nos cinemas norte-americanos.
No filme, acompanhamos "Donna e o reverendo Martin, que iniciam um movimento de compaixão em sua igreja no leste do Texas para que 22 famílias adotem 77 das crianças mais difíceis de colocar no sistema de adoção", conforme a sinopse.
Porém, a trama emocionante chama ainda mais atenção por se basear em uma história real. A partir de 1996, o casal — no filme eles recebem o mesmo nome de seus respectivos — fez uma campanha para os membros da Igreja Batista Missionária Bennett Chapel, que possui apenas 100 membros, em Possum Trot, Texas, adotarem as crianças mais difíceis de serem colocadas no já sobrecarregado sistema de assistência social local.
Com os esforços, os Martin conseguiram liderar um movimento que envolveu 22 famílias — incluindo eles, que adotaram quatro filhos —, e resultou na adoção, ao todo, de 77 crianças. Por isso, o reverendo Martin sempre quis transformar sua própria história em filme.
"Houve tantos obstáculos e obstáculos. Mas sabíamos que quando Deus colocasse as mãos nisso, sairíamos vitoriosos. Este é o longa-metragem da nossa verdadeira história", disse o reverendo W. C. Martin ao USA Today.
Com isso em mente, confira a seguir se alguns dos fatos apresentados no filme condizem ou não com a realidade:
No filme, vemos que o momento em que Donna Martin é compelida e toma a decisão de adotar ocorre após a morte de sua mãe, Murtha. Isso condiz com o que realmente aconteceu: conforme ela contou ao USA Today, sua mãe criou 18 filhos e morreu em 1996.
"Eu senti uma dor insuportável naquele dia. Eu disse 'OK, Deus. Ou me ouça ou me deixe morrer'", contou Donna. "E o Espírito Santo disse: 'Pense sobre aquelas outras crianças lá fora que não têm o que você teve com sua mãe'. Eu fui tomada por tanto calor. Voltei para casa, peguei uma lista telefônica e liguei para uma agência de adoção".
Antes mesmo de começarem com o movimento de adoção, os Martin já tinham dois filhos biológicos: Princeton e La'Donna. Porém, em 1996, adotaram duas crianças, um irmão e uma irmã: Tyler e Mercedes, o que também é mostrado no filme. Posteriormente, ainda adotaram mais dois irmãos, Josh e Terri.
"Quando começamos, foi uma luta", explicou o reverendo Martin ao USA Today. "Porque tínhamos que transformar as mentes, os corações e as atitudes das crianças. Estávamos fora da nossa zona de conforto".
Porém, apesar do desafio, ele afirma que o movimento entre as 21 famílias tornou todos em "uma grande família estendida". "Adoção não é uma coisa fácil, mas é uma coisa gratificante", pontua.
Embora seja inspirado na realidade, alguns incidentes do filme foram dramatizados em prol do viés narrativo, englobando os passados dolorosos das crianças em seus lares anteriores e as dificuldades que enfrentaram para se adaptar.
Porém, isso não deixou de ser uma realidade de algumas crianças. "Não queríamos que isso fosse uma história de Cinderela porque não é. Foi desafiador", afirma Donna.
"Queríamos demonstrar como era o trauma, a perda e a rejeição dessas crianças antes. E no final do dia, por meio de determinação, oração e amor incondicional, como elas se beneficiaram. Todos nós nos beneficiamos", conclui Donna Martin.
Interpretada por Elizabeth Mitchell no filme, a assistente socialSusan Ramsey realmente existiu, e foi uma figura importante na história.
Ela passou sua carreira trabalhando incansavelmente para proteger e alocar crianças adotivas, e foi ao conhecer os Martin e as famílias de Possum Trot que a história inspiradora foi possível.
Inclusive, Ramsey ganhou o Prêmio de Excelência em Serviços da Liga de Bem-Estar Infantil da América em 2000, pelo que promoveu com os Martin. Porém, ela faleceu poucos anos depois, em 2002, em decorrência de um câncer.
Susan foi um presente de Deus. Eu tiro meu chapéu para ela, até hoje", conta o reverendo Martin. "Ela foi um dos anjos desse movimento", complementa Donna.
Inclusive, durante o evento de estreia de 'Som da Esperança', Donna agradeceu a Elizabeth Mitchell pela interpretação e por trazer Susan de volta à vida na tela. "Era como se Susan, nossa Susan, estivesse ali conosco", disse Donna na ocasião.