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Matérias / Desaparecidas

Desaparecidas: o que aconteceu com serial killer Rex Heuermann?

Novo documentário na Netflix, 'Desaparecidas: Caça ao Assassino de Long Island' gira em torno da investigação e prisão do serial killer Rex Heuermann

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 01/04/2025, às 19h00

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Rex Heuermann - Getty Images
Rex Heuermann - Getty Images

Na última segunda-feira, 31, chegou ao catálogo da Netflix o documentário dividido em três episódios 'Desaparecidas: Caça ao Assassino de Long Island'.

Baseada em um crime real, a produção examina a caça ao serial killer de Long Island, Rex Heuermann, pelo ponto de vista das vítimas, de seus entes queridos e da polícia.

O documentário revela um avanço significativo em um caso criminal brutal que assombra o estado americano de Nova York há mais de uma década.

Rex Heuermann era apenas um arquiteto local, até que foi acusado de ser o assassino de quatro meninasMelissa Barthelemy, Megan Waterman, Amber Lynn Costello e Maureen Brainard-Barnes, retratadas no documentário.

Além delas, vale mencionar que, ao todo, Heuermann foi preso e acusado dos assassinatos de sete mulheres, embora tenha se declarado inocente.

Investigação

Conforme a produção revela, o Departamento de Polícia do Condado de Suffolk e o Gabinete do Promotor Público, em trabalho colaborativo com o FBI e com a Polícia do Estado de Nova York, reuniu meticulosamente evidências dispersas que, após uma extensa investigação, foram conectadas a Rex Heuermann.

Segundo o portal Tudum, da Netflix, o Chevrolet Avalanche do arquiteto foi um elemento-chave para a polícia. Isso porque foi o automóvel que levou as autoridades à residência de Heuermann em Massapequa Park, além de seu escritório em Midtown Manhattan — ambos locais correspondentes às principais zonas em que as garotas desaparecidas e assassinadas foram encontradas.

No entanto, a evidência que conectou o arquiteto aos crimes foi o seu DNA: autoridades recuperaram uma amostra de sua saliva da crosta de uma pizza descartada, que correspondia a fios de cabelo encontrado nas vítimas.

Rex Heuermann durante julgamento / Crédito: Getty Images

Corrupção

Embora o caso pareça simples, a diretora de 'Desaparecidas: Caça ao Assassino de Long Island', Liz Garbus, argumenta ao Tudum que foram cruciais nas investigações as alegações de corrupção que giravam em torno das autoridades do Condado de Suffolk.

Isso porque eles estavam encarregados, inicialmente, pela investigação, o que pode ter impedido o progresso do caso por anos. "Acho que o Condado de Suffolk, sob o chefe de polícia Jimmy Burke e o promotor Tom Spota, era administrado como um sindicato do crime... Este é um conto de advertência sobre como impedir esse tipo de coisa antes que esse tipo de pessoa chegue a posições de poder", afirma Garbus.

No documentário, é explorado como Burke e Spota comprometeram a integridade da investigação do assassinato das quatro garotas. O chefe de polícia tinha inúmeras queixas de assuntos internos contra ele, além de ter restringido a colaboração com outros policiais, obstruindo, inclusive, o envolvimento do FBI e interrompendo as primeiras etapas da investigação.

Spota, por sua vez, foi posteriormente condenado por obstrução da justiça, mas seguiu defendendo Burke, o que coloca ainda mais a polícia numa rede de corrupção.

Jimmy Burke / Crédito: Divulgação/Netflix

Novos crimes?

Mesmo após a prisão de Heuermann, a história não chegou ao fim, visto que foi após a identificação que surgiram novas questões e suspeitas, que culminaram em três acusações adicionais de assassinatos.

Agora, as autoridades seguem examinando casos não resolvidos de anos anteriores aos das quatro meninas centrais das investigações iniciais, a fim de determinar se eles estariam conectados ou não.

Com novas vítimas que ainda podem ser ligadas ao serial killer, grande parte do público ainda espera por justiça e pela condenação de Rex Heuermann por mais crimes. Mas, para isso, as investigações ainda devem avançar mais e, ainda, confirmar se ele possui ou não relação com os crimes — os quais sempre negou.

Liz Garbus busca refletir em seu documentário o dilema inerente de entregar uma série sobre um caso real: "Depois que concluímos e entregamos nossos cortes para a Netflix, houve outra vítima adicionada ao processo [de Heuermann]. Haverá mais entre agora e o momento em que formos ao ar? É possível. Haverá mais entre agora e o momento em que formos a julgamento, se eles forem a julgamento? É provável", conta ela ao Tudum.

De qualquer forma, Garbus defende: "Acho que o público deve acreditar no poder de suas vozes quando veem injustiça. Esses familiares nunca iriam desistir. Eles sabiam que era necessário abalar o establishment para chamar a atenção para este caso".