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Matérias / Pré-História

A saga de Eva de Naharon, o mais antigo fóssil humano já encontrado nas Américas

Descoberto em 2001, pesquisadores consideram o impressionante esqueleto como o da mulher mais antiga das Américas — que já tem até reconstrução facial

Isabela Barreiros Publicado em 16/12/2020, às 06h00

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Reconstrução facial de Eva de Naharon - Divulgação - Cícero Moraes
Reconstrução facial de Eva de Naharon - Divulgação - Cícero Moraes

Em 2001, o investigador subaquático Octavio del Río, membro do Instituto Nacional de Antropologia e História do México, liderou um trabalho arqueológico na região próxima da cidade de Tulum, no México. Os pesquisadores estavam investigando cenotes, poços de água naturais.

A exploração realizada na Península de Iucatã teve resultados impressionantes: a 22,6 metros de profundidade no cenote de Naharon, eles descobriram o esqueleto humano que parecia ser muito antigo. Os restos mortais estavam bem conservados, contando com pelo menos 80% de sua estrutura original.

"O trabalho foi uma maratona. Todas as referências nos levaram a lugares escondidos dentro da caverna. Foram muitas horas mergulhando em locais e rotas dentro do sistema até que finalmente obtivemos uma referência precisa da localização dos restos mortais", explicou Del Río à BBC. 

"Quando finalmente encontramos o lugar e tive a sorte, juntamente com meu colega Eugenio Acevez, de me deparar com os restos do esqueleto de Naharon, vimos que certamente era um esqueleto humano”, contou. “Mas não fazíamos a menor ideia de que se tratava do mais antigo fóssil humano já encontrado no continente."

O esqueleto encontrado / Crédito: Divulgação - Eugenio Acevez (INAH)

Esse fato notável só foi descoberto por meio de estudos realizados no esqueleto desde que ele foi identificado. Primeiro, a Universidade Nacional Autônoma do México registrou as características principais dos restos mortais: era uma mulher que morreu entre os seus 20 e 25 anos e tinha 1,41 m de altura.

Mas a idade do corpo que viria a ficar conhecido como Eva de Naharon chocou os pesquisadores de forma dramática. Durante ao menos seis anos, pesquisadores realizaram análises de datação no esqueleto, descobrindo que ele possuía pelo menos 13,6 mil anos, o que o tornava o mais antigo já encontrado no continente americano.

Acredita-se que ela tenha vivido na região da Península de Iucatã há milhares de anos e tenha sido uma caçadora-coletora. Agora, como ela foi parar no fundo do cenote, não é possível afirmar com certeza. Se ela caiu, ou se seu corpo foi levado para o fundo da estrutura, ainda não é possível saber. 

Depois de inúmeras análises realizadas nos restos mortais da mulher mais antiga das Américas, os pesquisadores decidiram desenvolver uma reconstrução facial que representaria como ela foi em vida. O designer brasileiro Cícero Moraes, que tem inúmeros projetos de reconstituição de pessoas importantes do passado, foi o responsável pela tarefa.

Crédito: Divulgação - Cícero Moraes

Com traços realistas, ele criou a partir do crânio antigo a face real de como eram suas feições, demonstradas a partir da reconstrução 3D. Mesmo que Eva de Naharon tenha vivido há mais de 13 mil anos, podemos imaginar, com a reconstituição, como ela possivelmente era. Para Moraes, ela tinha um "rosto altivo e agradável aos olhos, nos contemplando com tranquilidade".

"O trabalho realizado é congruente e preciso com as características físicas dos habitantes do sul da Ásia, ou seja, coincide com estudos antropológicos e de DNA realizados em fósseis humanos encontrados nessa região, todos apontando para uma ascendência asiática", explicou Del Río

"Gostei bastante do resultado final", afirmou Moraes. "Ficou diferente do que imaginava, mas os grandes mestres da reconstrução facial dizem que não podemos esperar o resultado ao mirar os ossos - temos de trabalhar e focar na metodologia, e ele [o resultado] vem naturalmente."


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