Responsável por conhecimentos científicos importantes atualmente, esse polímata seria mais conhecido
Pense num homem de tamanha genialidade, mas baixíssima credibilidade, a ponto de ter sido odiado pessoalmente por Isaac Newton e, mesmo assim, ser chamado até hoje de Leonardo da Vinci inglês. É o caso de Robert Hooke, um polímata que chegou a trabalhar com física, arquitetura, astronomia, fisiologia, entre outras áreas.
Hoje, a imagem que conhecemos desse curioso indivíduo vem de um retrato feito em 2012 pela pintora Rita Greer, que realizou a obra a partir de descrições escritas de Hooke, pois seu único retrato em vida foi destruído pela ira de Newton após a morte do britânico.
A principal realização de Hooke, por mais quer não reconheçamos, é o nome “célula” para a unidade básica da vida, inspirado nas celas onde viviam os monges, parecidos com a estrutura biológica. O polímata faz essa conceitualização no, provavelmente, primeiro best-seller de ciências da história, o Micrographia.
Suas realizações só foram possíveis com as alterações que fez numa tecnologia recente da época: o microscópio. O cientista aprimorou seu mecanismo criando um foco, com uso de técnica de aproximação em parafuso, e adicionando uma fonte de luz. Na mesma época, desenvolveu a lei de Hooke, sobre o comportamento das molas.
Excelente desenhista, Hooke trabalhou com o arquiteto Christopher Wren após o incêndio que devastou Londres em 1666, participando do projeto que levou ao Observatório Real de Greenwich e a Catedral de São Paulo, além do registro em imagem de diversos prédios históricos.
Outras descobertas famosas de Hooke: o caráter de onda da luz (o que será essencial para a física quântica e astrofísica no século 20), a expansão da matéria por dilatação térmica, a existência de partículas no ar e o reconhecimento dos fósseis como seres vivos há muitos anos.
Hooke não é famoso hoje como um Leibniz ou um Galileu por motivos que ultrapassam seu trabalho. Mesmo chegando ao cargo de presidente de Royal Society, uma rivalidade seria poderosa para a sobrevivência enfraquecida de seu legado: Isaac Newton o odiava.
Uma das principais razões dessa intriga foi o conflito de egos dos cientistas. Ambos queriam ser reconhecidos como as mentes mais brilhantes da época. Mesmo a famosa lei da gravitação universal, clássico legado newtoniano, foi alvo de brigas, pois a conclusão de Newton não foi plenamente original, se utilizando de trabalhos anteriores que envolveram Hooke na década de 1670.
Ao mesmo tempo, o trabalho de comprovação científica através de um método matemático preciso é realizado na Principia (1687) de Newton, então o tema se tornou alvo de calorosas reinvindicações. Hooke estava certo de que Newton precisou de seu trabalho para chegar às conclusões que chegou. Newton se recusava a reconhecer.
Quando Hooke morreu, em 1703, Newton assumiu seu cargo na Royal Society. A partir de então, a popularidade do cientista só cresceu, em detrimento da imagem do Leonardo da Vinci britânico. Nasceu a fama de Hooke como um cientista amargurado que tentava ganhar créditos nos trabalhos alheios. Newton não deixou barato para ele.
Saiba mais sobre Hooke pelas obras abaixo:
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2. Who Was Robert Hooke?, de Tanya Turner - https://amzn.to/2OmnBdl
3. Micrographia Restaurata, de Robert Hooke - https://amzn.to/33WlXpn
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