André Luís Hack Bahi se colocou à disposição no tenso combate europeu
Na última quarta-feira, 9, o Ministério das Relações Exteriores, através de comunicado lançado pelo Itamaraty, confirmou o falecimento do combatente brasileiro que havia se deslocado até a Ucrânia para combater a tumultuada invasão russa ao país vizinho; identificado como André Luís Hack Bahi, ele era natural de Porto Alegre, chamando atenção pela motivação de ter ido até o Velho Continente em busca de enfrentar tropas.
Apesar de gaúcho, foi no Ceará onde o rapaz teve contato com atividades relacionadas a segurança armada, onde trabalhou em um shopping na capital Fortaleza.
Posteriormente, chegou a participar de equipes de segurança com transportes em carros-fortes, posteriormente residindo no município de Quixadá, como informou o amigo, Daniel Girão, ao portal G1.
Quando ele veio para Quixadá, ele já tinha feito parte de uma legião [Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia] lá na França. Ele morou no exterior durante uma época. Ele já tinha participado antes de eu conhecer ele”, revelou o amigo.
André, que era ex-militar, chegou a se alistar para atuar na Legião Estrangeira Francesa. Assim, englobou missões de guerra em outros países, como apurou o portal de notícias UOL.
Foi com Daniel também que André se dedicou a um dos últimos hobbys que tinha em terras tupiniquins; apaixonado por motociclismo, eles se conheceram em um grupo especializado em motos, chegando a fazer viagens extensas em caravanas com o veículo. No motogrupo também conheceu a última namorada, que deixou no Brasil antes de partir para a guerra.
De acordo com os amigos próximos, ele comentou que retornaria a Europa, mas sem esclarecer que seria para dar suporte ao exército ucraniano contra a eminente invasão da Rússia. A última função trabalhista que ele exerceu no Brasil foi um estágio de enfermagem, visto que estava terminando o curso.
A descoberta das pessoas próximas partiu de noticiários que destacaram o ato do brasileiro no território ucraniano, visto que, ativamente presente no combate militar, ele não conseguia manter contato com a família e amigos que ficaram na América. Foi por noticiários também que souberam de seu falecimento, aos 44 anos de idade.
Ao UOL, Letícia Hack, irmã do brasileiro morto em combate descreveu o que o irmão disse antes de partir para a guerra.
Mana, eu quero ajudar as pessoas. Se precisar morrer, eu vou morrer'. E foi o que aconteceu. Ele morreu em combate. O meu irmão tinha essa força de salvar vidas e de lutar por um país que nem era dele. Ele vai permanecer vivo para sempre no meu coração", disse ela.
O falecimento foi detalhado pelo Itamaraty, explicando que foi em conflito ocorrido no sábado, 4, e que poderá revelar maiores informações em caso de autorização da família. Contudo, o corpo permanecerá no país europeu até que ocorra o reconhecimento.