O Rei de Portugal mandava em mais terras que o Imperador do Brasil. Faz sentido?
Na prática, não há diferença alguma. Ambos são soberanos de países que têm regimes políticos monárquicos. No entanto, existem variações dessas denominações – associadas, na maior parte das vezes, à noção de superioridade que cada país ou governante atribui a si próprio.
Nesse sentido, um rei geralmente governa uma área pré-determinada. Já os impérios têm como característica o constante crescimento – na maioria das vezes, resultado de guerras e dominações. A França de Napoleão Bonaparte, no século 19, ou a Rússia do czar Nicolau II, no começo do século 20, são exemplos.
“No Brasil vigorou um império: Pedro I e II eram chamados de imperadores, já que governavam um país remanescente do Império ultramarino português”, diz Daniel Ferraz Chiozzini, historiador da Universidade Estadual de Campinas.
Enquanto o rei governa um único país, o imperador é responsável pelo grupo de países que constituirá seu Império. Os imperadores são considerados superiores aos reis no que diz respeito à honra. Contudo, a expansão do reino e proteção aos súditos era comum a ambos.
Tradição e hereditariedade também influenciam na denominação. A Inglaterra, por exemplo, que sustenta um regime monárquico governado por reis desde o século 9 (hoje monarquia parlamentarista), teve em sua história períodos de expansão imperialista, com colônias na América do Norte, África, Ásia e Oceania. Já o Japão sempre manteve um regime imperial, mas teve períodos quase nulos de expansão – apenas incursões na China e Rússia.