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Matérias / Priscila Belfort

Priscila Belfort: As teorias por trás do desaparecimento que dura 20 anos

Priscila Belfort sumiu em janeiro de 2004, quando deixou seu trabalho para ir almoçar com o namorado no centro do Rio; mas ela nunca chegou ao destino

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
[email protected]

Publicado em 01/10/2024, às 19h00

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Priscila Belfort, desaparecida desde 2004 - Arquivo pessoal
Priscila Belfort, desaparecida desde 2004 - Arquivo pessoal

Na semana passada, chegou ao catálogo do Disney+ o documentário 'Volta, Priscila', que esmiúça o desaparecimento de Priscila Belfort, irmã do lutador de MMA Vitor Belfort, em 9 de janeiro de 2004. Duas décadas depois, o mistério sobre o sumiço ainda permanece. 

Priscila, então com 29 anos, trabalhava como servidora na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro. No dia em questão, a irmã de Vitor havia deixado seu local de trabalho, no horário do almoço, para se encontrar com seu namorado no centro do Rio de Janeiro. Porém, ela jamais chegou ao destino.

Duas décadas depois, o mistério sobre o sumiço permanece, visto que o caso segue sem explicação. Mas, ao longo dos anos, diversas teorias tentaram explicar o desaparecimento de Priscila Belfort. Conheça algumas delas!

+ Volta Priscila: Vitor Belfort diz que desaparecimento da irmã é um "enterro diário";

O sequestro

Na época em que Priscila desapareceu, uma onda de sequestros assolava o centro do Rio de Janeiro, o que colocou essa hipótese como a principal linha trabalhada pelos investigadores. Assim, o caso foi assumido pela Delegacia Antissequestro (DAS).

Conforme recorda matéria do Splash, a polícia até mesmo chegou a acusar um criminoso, conhecido como Gerinho, como responsável pelo sumiço de Priscila.

Gerinho teria admitido participação no caso em outro sequestro, conforme relatado por um refém, que ouviu do sujeito que ele havia sequestrado e "passado" (ou seja, assassinado) a irmã de Vitor

Priscila ao lado do irmão, o lutador Vitor Belfort - Arquivo Pessoal

As investigações pareciam ter tomado o rumo certo quando uma mulher chamada Michele chegou a se entregar à polícia apontando estar envolvida no sumiço. No entanto, tudo desmoronou quando foi descoberto que Michele havia inventado a história durante um surto psicótico. Ela também teria um interesse romântico no delegado que investigava o caso. 

Outro fato sobre essa linha de investigação é Gerinho jamais chegou a ser interrogado sobre o desaparecimento de Priscila, visto que o criminoso acabou sendo assassinado em uma Operação no Complexo do Alemão.

A família Belfort, por sua vez, acredita que Priscila não tenha sido sequestrada, visto que jamais receberam um pedido de resgate. Eles sugerem que a irmã de Vitor possa ter sofrido algum tipo de confusão mental — visto que ela já havia enfrentado lapsos de memória no passado. No entanto, ela jamais havia perdido contato com seus familiares.


Dívida com o tráfico 

Desde o desaparecimento de Priscila, Vitor e sua esposa, Joana Prado, aproveitaram sua exposição na mídia para fomentar o caso em busca de respostas. O sumiço de Priscila se tornou um assunto tão repercutido que até mesmo foi tema de uma edição do Linha Direta em 28 de junho de 2007. 

Na edição, o então namorado de Priscila disse acreditar que ela havia fugido: "Eu acho que ela foi para algum lugar com as próprias pernas". A opinião, porém, nunca foi aceita pela família Belfort

A exposição no programa, além disso, ajudou a levantar mais uma teoria: o do sequestro e assassinato da irmã de Vitor, por uma suposta dívida relacionada ao uso de drogas por parte de Priscila. A teoria foi muito difundida no extinto Orkut, conforme mostra o documentário da Disney+.

Em agosto daquele ano, pouco mais de um mês depois do Linha Direta ir ao ar, uma mulher identificada como Elaine Paiva, de 27 anos, se entregou ao Ministério Público afirmando ter "assassinado" Priscilacom quatro disparos de arma de fogo

Priscila teria sido morta a mando de um traficante, preso em Bangu 1, para quem a irmã de Vitorsupostamente devia cerca de 9 mil reais, conforme repercutiu o jornal Extra na época. Alegando sofrer "ameaça dos envolvidos", Elaine ainda entregou outros responsáveis — que acabaram presos. 

Por fim, a suspeita ainda indicou o suposto local onde o corpo de Priscila teria sido enterrado, em um sítio em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. Mas nada foi achado por lá. 

Aliado a isso, outras supostas evidências relatadas por Elaine começaram a não se encaixar na história, assim como a ausência de ligações com os suspeitos presos. Por fim, a mulher negou a versão e todos acabaram soltos.


Clínica de aborto

No dia de seu desaparecimento, Priscila quase não foi trabalhar após acordar indisposta. Mas sua mãe, Jovita Belfort, acabou insistindo para ela não faltar ao trabalho e até chegou a oferecer uma carona para a filha.  

Como já dito, a irmã de Vitor sumiu quando ia se encontrar com seu então namorado — foi ele, inclusive, que avisou a família Belfort que Priscila não chegou até o local que eles haviam combinado. Aquela altura, ele também concordava com a possibilidade do sequestro, mas mudou sua versão ao Linha Direta. 

Como exposto no documentário, Vitor acredita que a indisposição da irmã, que estava com enjoos e cólica, pudesse ser o sinal de uma possível gravidez. "Na minha cabeça, hoje, é uma possibilidade ela ter ido abortar uma criança”, diz o lutador. 

"Aconteceu alguma coisa errada e falaram: 'Ninguém pode ser culpado'. É uma opção", teoriza.