Em agosto de 1989, Lyle e Erik Menendez cometeram um crime que chocou os Estados Unidos: assassinaram os pais, José e Kitty
Publicado em 01/10/2024, às 10h00 - Atualizado em 03/10/2024, às 21h24
Uma produção que chama atenção no catálogo da Netflix é a nova temporada da antologia 'Monstros', que revive os crimes reais que chocaram os Estados Unidos nas últimas décadas. Intitulada 'Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais', se desenvolve a partir do assassinato de José e Kitty Menendez pelas mãos dos próprios filhos, Lyle e Erik.
O crime ocorreu na mansão da família — localizada em Beverly Hills, na Califórnia — na noite de 20 de agosto do ano de 1989. Lyle e Erik, então com 21 e 18 anos, dispararam friamente contra os pais com espingardas calibre 12, criando uma cena de crime que parecia até mesmo relacionada à máfia, a princípio. Posteriormente, as investigações levaram os irmãos Menendez a serem considerados suspeitos.
Ao longo de 9 episódios, a nova temporada explora uma questão que, até hoje — lembrando que a dupla está presa e condenada à prisão perpétua —, gira em torno do caso: se os irmãos eram assassinos frios, que tinham interesse na fortuna da família, como foi acusado pela promotoria, ou vítimas de uma vida inteira de abuso físico, emocional e até sexual pelas mãos de seus pais, como alegou a defesa de Lyle e Erik.
Mas afinal, caso os irmãos Menendez tenham realmente sido motivados por dinheiro, eles herdariam a fortuna dos pais? E quanto seria essa quantia? Entenda!
Segundo o Hollywood Life, a família Menendez era rica e vivia numa mansão localizada em uma área luxuosa da Califórnia, na época em que aconteceu o crime, principalmente devido à José Menendez.
Nascido em Cuba, ele foi para os EUA ainda na juventude, onde se tornou executivo corporativo em uma empresa de entretenimento conhecida como International Video Entertainment — hoje em dia chamada de Artisan Entertainment, conhecida por filmes como 'Réquiem para um Sonho' e 'A Bruxa de Blair'.
Conforme a Forbes, José tinha um patrimônio total avaliado em aproximadamente US$ 14,5 milhões, na época (o que superaria os US$ 36 milhões, na cotação atual).
+ Menudo: Os bastidores turbulentos do grupo e a relação com os 'Irmãos Menendez';
Logo após os assassinatos, os irmãos Menendez assumiram controle do patrimônio do pai e, em apenas seis meses, gastaram quase US$ 1 milhão com festas, viagens e artigos de luxo.
Lyle, por exemplo, gastou mais de US$ 15 mil em três relógios Rolex antes do funeral dos pais, e Erik gastou em jogos de azar e até mesmo contratou um treinador de tênis por US$ 60 mil por ano, esperando se tornar profissional.
Porém, depois que foram presos, sete meses após os crimes, a maior parte do dinheiro de José foi consumida por impostos e gastos com advogados. Conforme repercute o Hollywood Life, já em abril de 1994, eles gastaram cerca de US$ 10,8 milhões do espólio da família.
No entanto, uma vez que foram considerados culpados pelo crime brutal contra os pais, Lyle e Erik perderam imediatamente o acesso ao patrimônio. Isso porque sob o "Slayer Statute" — um princípio jurídico — da Califórnia, quando uma pessoa é assassinada, o criminoso responsável não pode lucrar com o patrimônio da vítima, sendo familiar ou não.
Fora a fortuna acumulada, vale mencionar que a mansão da família Menendez foi vendida em 1991 por um valor bem abaixo de mercado, resultando em uma perda de quase US$ 1,2 milhão para hipoteca, custos de fechamento e à Receita Federal, o que também aconteceu com outra casa em Calabasas, que estava sendo reformada e foi vendida em 1994.