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Matérias / Brasil

Operação Brother Sam: como os EUA apoiaram o golpe militar no Brasil

Em 31 de março de 1964 os militares depuseram o presidente João Goulart e tomaram o poder, episódio esse que foi apoiado pelo governo norte-americano

Redação Publicado em 12/01/2021, às 11h54 - Atualizado em 31/03/2022, às 00h00

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USS Forestal, porta-aviões da marinha dos EUA que fazia parte da frota da Operação Brother Sam - Divulgação / US Navy Archives
USS Forestal, porta-aviões da marinha dos EUA que fazia parte da frota da Operação Brother Sam - Divulgação / US Navy Archives

No ano de 1964, o presidente João Goulartfoi deposto pelos militares, representando um dos mais. Mas o que muitos não sabem é que os Estados Unidos apoiaram o golpe, tendo enviado uma frota da marinha com o objetivo de conter uma possível resistência.

Contudo, a operação foi mais simples do que os militares imaginaram. Conforme documentado pelo UOL Educação, sabendo que a resistência poderia levar a uma guerra civil, Jango não tentou conter o golpe e exilou-se no Uruguai. 

Eua-Brasil

Durante um longo período, o Brasil manteve uma política de aproximação com os EUA. Porém, em meados dos anos 1950, também passou a manter acordos com países que eram inimigos declarados dos americanos, como ChinaCuba.

Era um momento delicado, uma vez que a guerra fria já havia sido declarada entre países capitalistas e socialistas.

João Goulart foi deposto pelo golpe de 1964 / Crédito: Divulgação/Arquivo Nacional

De início, os EUA adotaram uma política de intervenção a partir de investimentos na economia nos países onde julgavam haver risco de um golpe comunista.

O Brasil era uma dessas nações. Mais tarde, passaram a apoiar grupos civis de direita, chegando a financiar diversas campanhas políticas de civis identificados com o governo norte-americano durante as eleições de 1962.

Porém, ainda assim, políticos 'alinhados' à esquerda acabaram alcançando a vitória, o que fez com que, mais uma vez, a estratégia de intervenção fosse alterada. Dessa vez, os EUA passaram a apoiar uma ação militar que deporia um presidente constitucionalmente eleito e tomaria o poder.

As articulações para o golpe eram debatidas também entre políticos civis desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961, a qual se seguiu uma grave crise devido à posse do vice Jango, que era mais à esquerda.

Castelo Branco assumiu o comando do país após o golpe / Crédito: Divulgação/Arquivo Nacional

Como Goulart não poderia se reeleger nas eleições de 1965, parte dos políticos, considerou a possibilidade do presidente dar um golpe de Estado e, assim, apoiaram a intervenção. Eles acreditavam que ela teria curta duração. Contudo, a ditadura, se estendeu até meados da década de 1980.

A operação!

A Operação Brother Sam foi deflagrada em 31 de março de 1964. Contudo, não agiu diretamente no golpe contra o governo Jango. A ação, na verdade, serviu para intimidar possíveis grupos que resistissem à tomada do poder por parte dos militares.

Lincoln Gordon, junto a Castello Branco e Costa e Silva / Crédito: Divulgação/Arquivo Nacional

A frota da Marinha norte-americana, cujo apoio fora solicitado pelo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, se dirigiu do Caribe para o litoral brasileiro.

Os americanos ainda autorizaram o envio de cem toneladas de armas leves e munições. Mas não seria só isso. A leva também contou com aviões de caça, porta-aviões, navio de transporte de helicópteros com 50 unidades a bordo, petroleiros, tripulação e armamento completo, entre vários outros suportes.

Entretanto, boa parte do que fora prometido nem chegou a ser enviado ao país. E antes que você se pergunte: o que foi, não chegou a ser utilizado, já que não houve resistência.


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