Em 1962, durante a Crise dos Mísseis de Cuba, o oficial russo conseguiu conter o início de um conflito com os norte-americanos
Entre os dias 16 e 28 de outubro de 1962, os Estados Unidos e União Soviética levaram o mundo à beira do apocalipse. A Crise dos Mísseis de Cuba, televisionada em todo o planeta no auge da Guerra Fria, só não teve como fim uma guerra nuclear graças à cautela do russo Vasily Arkhipov.
No dia 27, Arkhipov e outros oficiais da Marinha Soviética estavam a bordo do submarino B-59, carregado com armas nucleares. Acima da superfície, a Marinha dos Estados Unidos contava com 11 navios de guerra e o porta-aviões USS Randolph. Embora estivessem em águas internacionais (portanto, proibidos de atacar), os estadunidenses começaram a sinalizar o lançamento de cargas de profundidade.
Para os oficiais russos, esse era um grave sinal. Com grande poder de destruição, as cargas de profundidade nucleares poderiam acabar com o submarino. Além disso, o contato com Moscou havia sido cortado e altas doses de dióxido de carbono estavam presentes no interior do veículo – tornando difícil uma decisão racional.
Foi aí que o capitão Valentin Grigorievitch Savitsky decidiu lançar um torpedo nuclear. Mas a medida deveria ser aceita pelos três oficiais a bordo - e após muita discussão, o comandante da flotilha, Arkhipov, foi contra o lançamento. Convencendo seus colegas a subir para aguardar ordens de Moscou, ele acabou evitando a guerra nuclear, que certamente ocorreria se a arma russa tivesse sido lançada.
Segundo Washington, a indicação sobre o lançamento das cargas foi enviada para sinalizar que os russos subissem à superfície. Mais tarde, o historiador e consultor de John F. Kennedy, Arthur Schlesinger, afirmaria que aquele “não foi apenas o momento mais perigoso da Guerra Fria. Foi o momento mais perigoso da história humana".