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Matérias / Segunda Guerra

O Tatuador de Auschwitz: Livro que virou série é baseado em história real?

A famosa história escrita em 2017 agora inspirou uma curiosa série, mas seria a história verídica ou somente uma invenção? Descubra!

por Isabelly de Lima

Publicado em 02/06/2024, às 14h00 - Atualizado em 03/06/2024, às 15h35

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Casal protagonista da série e a capa do livro 'O Tatuador de Auschwitz' - Divulgação / SKY TV e Editora Planeta
Casal protagonista da série e a capa do livro 'O Tatuador de Auschwitz' - Divulgação / SKY TV e Editora Planeta

'O Tatuador de Auschwitz', tanto o livro (publicado no Brasil pela Editora Planeta) quanto a série (ainda sem previsão de estreia por aqui), narram a história de Lale Sokolov, um jovem judeu eslovaco que, por saber desenhar, foi forçado a tatuar os números de identificação nos braços de seus companheiros de cativeiro no campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial.

No livro, que foi escrito pela jornalista Heather Morris, mergulhamos em suas memórias vívidas e comoventes. Acompanhamos sua jornada desde a captura e o transporte para Auschwitz até sua luta pela sobrevivência em um ambiente de extrema crueldade e desumanização.

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A capa mais atual do livro 'O Tatuador de Auschwitz' - Divulgação / Editora Planeta

Apesar de dividir opiniões, muitos se perguntam se a história apresentada nas páginas e nas telas aconteceu na vida real.

No entanto, a história do livro que também baseou a produção é, de fato, real ou foi apenas uma história inventada pela escritora Heather Morris? Descubra a seguir!

Afirmação da autora

Apesar de ser rotulado como um romance, a escritora Heather Morris afirma que o livro é inspirado na vida de Lale Sokolov, um judeu eslovaco que foi detido no campo de concentração de Auschwitz em 1942.

Na trama, Lale, também conhecido como Lali, ganha o respeito de outros prisioneiros e até de alguns soldados nazistas, o que o coloca na posição privilegiada de tätowierer — o tatuador — encarregado de marcar os novos detentos que chegam ao campo. Enquanto tatua números nos braços, Lale conhece Gita Furman, por quem se apaixona instantaneamente, dando início a uma história de amor.

Morris, na seção de notas da autora, menciona que escreveu a história "com base no testemunho direto" do próprio Lale. Embora ela ressalte que o livro "não é uma narrativa oficial do Holocausto", ela continua dizendo que "os eventos descritos nesta história são em grande parte precisos, sem dúvida, e as informações apresentadas como fatos foram minuciosamente investigadas".

A HarperCollins Publishers, que publicou o livro nos EUA, também esclarece nas primeiras páginas do livro que ele é categorizado como ficção. "As referências a pessoas, eventos, estabelecimentos, organizações ou locais reais têm como objetivo apenas fornecer uma sensação de autenticidade e são usadas de forma fictícia", escreveu a empresa.

Todos os outros personagens, e todos os incidentes e diálogos, são extraídos da imaginação do autor e não devem ser interpretados como reais".

Entrevista reveladora

Em uma entrevista ao The Guardian em fevereiro de 2018, Morris afirmou que 95% da história "corresponde aos fatos; foi pesquisada e confirmada", de acordo com o portal Today.

O que foi ficcional é onde coloquei Lale e Gita em eventos onde realmente não existiam”, disse Morris ao canal. "Eles não estavam juntos quando os aviões americanos sobrevoaram os campos, por exemplo. Lale estava sozinho naquele momento. Eu coloquei ele e Gita juntos para uma licença dramática".

Morris também destacou que a narrativa de Lale é essencialmente uma história de amor. "Estou apenas tentando contar uma história de amor simples. Mas que resistiu ao teste do tempo", disse ela.

Cena da série baseada no livro - Divulgação / SKY TV

Meses mais tarde, um relatório do Centro de Pesquisa Memorial de Auschwitz foi publicado, afirmando que "o livro contém numerosas imprecisões e informações que não condizem com os fatos, bem como exageros, interpretações equivocadas e subestimações".

Visão do relatório

O relatório encorajou os leitores a enxergarem o livro como "uma impressão desprovida de valor documental sobre o tema de Auschwitz, apenas inspirada em eventos autênticos", e questionou aspectos como a rota seguida pelos prisioneiros até o campo, os assassinatos que ocorreram em Auschwitz e um suposto relacionamento entre uma detenta judia e um oficial de alto escalão da SS.

A natureza da memória humana, especialmente quando os acontecimentos recordados ocorreram há mais de 70 anos, exige o confronto com outras fontes. Da perspectiva de hoje, só podemos lamentar que nenhum especialista na área dos campos tenha sido convidado para trabalhar no livro", concluiu o relatório.

"Dado o número de erros factuais, portanto, este livro não pode ser recomendado como um título valioso para pessoas que desejam explorar e compreender a história de KL Auschwitz".

Dois personagens da nova série sobre a obra literária - Divulgação / SKY TV

A nova série

A saga real de Lale Sokolov, o tatuador de Auschwitz, agora toma forma em uma série de TV que promete emocionar e tocar corações. A produtora executiva da adaptação, Claire Mundell, em entrevista ao TODAY.com, revelou detalhes sobre como a série se baseia no relato de Lale.

"É um drama", diz Mundell. "Para o propósito da narrativa, às vezes temos que fazer escolhas dentro do contexto da maneira como contamos a história, mas é tudo inspirado e baseado nas verdadeiras lembranças de Lali sobre sua experiência contada a Heather Morris".

Louis Hauer-King como o protagonista da série (esq.) - Divulgação / SKY TV

O ator Louis Hauer-King, que interpreta o jovem Lale, disse ao TODAY.com que a principal diferença entre a série e o livro é a presença de um Lale mais velho, interpretado por Barry Keitel, relembrando suas memórias do Holocausto para Heather Morris (interpretada por Melanie Lynskey). Os espectadores acompanham essa recontagem através de flashbacks.

"Queríamos contar como Lali realmente revelou seu relato no livro", explica Hauer-King ao TODAY.com. "É um epílogo (no livro), um trecho de três páginas logo no final, mas sentimos que era uma parte muito importante disso".

"The Tattooist of Auschwitz" já está disponível para streaming nos Estados Unidos, com seis episódios lançados este mês. A data de estreia no Brasil ainda não foi definida, mas ao menos já temos um trailer para deixar o público mais curioso. Veja abaixo: