Jeffrey Dahmer se tornou conhecido mundialmente após a descoberta de assassinatos em série
A descoberta dos crimes e restos mortais das vítimas do serial killer Jeffrey Dahmer em 1991, no condado de Milwaukee, nos Estados Unidos, não apenas projetou o caso internacionalmente, mas acarreta pesquisas sobre comportamentos psicopatas e obras que retratam a frieza do criminoso até os dias atuais, inclusive com o lançamento recente da Netflix, documentado em "Dahmer: Um Canibal Americano".
Em decorrência dos 17 assassinatos, todos de rapazes de ascendência contrastante com a do autor dos crimes, sendo latinos, negros e asiáticos com idades entre 14 e 33 anos, Dahmer acabou condenado a 15 sentenças de prisão perpétua pouco após ser detido.
Contudo, as diversas análises e constatações consideradas no processo de julgamento do norte-americano tentaram atribuir um motivo para a ausência de empatia e crueldade de Dahmer, sem sucesso. O pai do assassino, no entanto, teve a oportunidade de clarear os fatos sobre a criação do filho e se, desde cedo, identificava os sinais que o tornaria um dos homens mais temidos da história criminal estadunidense.
Em 1994, ano em que Jeffrey era assassinado dentro da prisão pelo detento Christopher Scarver, o pai, Lionel Dahmer, lançava nos EUA o livro ‘A Father's Story’ (‘Uma história de pai’, em tradução livre), elucidando o que achava do comportamento do filho e as possíveis causas para os terríveis crimes. Naquele ano, ele concedia uma entrevista à ABC a respeito do lançamento.
Na obra, ele relata que uma citação de Jeffrey o chamou atenção para uma memória, escondida entre seus pensamentos: "Eu acho que houve vários eventos em sua vida, começando com a operação de hérnia, sua preocupação em ter seu pênis sendo cortado, que ele expressou para sua mãe na época, eu nem sabia disso até o julgamento", disse ao veículo.
Os sinais levantados por ele ao longo da juventude do filho não causaram problemas dentro de casa ou apresentaram anormalidade, por mais que Lionel acredite que os atos partiram de pensamentos acumulados por problemas de timidez e introversão, acrescentando que o garoto nunca sofreu com violência parental ou qualquer tipo de abuso psicológico ou sexual.
Todas essas coisas chegaram a um final cumulativo e se enganchou, acredito firmemente que enganchou em sua sexualidade aos 14 ou 15 anos. Realmente não havia sinais evidentes. Ele não estava espumando pela boca, ou falando sozinho enquanto dormia, ou agindo de uma forma estranha", explicou o pai.
Por fim, ele anda aconselhou os pais a dedicar um tempo para ouvir os filhos, mesmo que "inocentemente tímidos", para buscar extrair sua raiva e preocupação, enaltecendo que explicações são necessárias quando há sintomas de psicopatia, visto que eles "não conseguem distinguir entre fantasia e realidade".
Não tenho muitas evidências científicas para isso, mas esta é uma mensagem que quero dar aos pais: sinto que se um jovem, especialmente um homem, chega à puberdade e guarda tudo dentro, engarrafa tudo dentro sem falar para colegas, amigos, familiares sobre qualquer coisa sobre seus medos, raiva, frustração, eu sinto que é muito possível que todos esses medos se misturem com seu despertar sexual, tanto que eles não entendem o que está acontecendo", concluiu.