Simon Leviev é acusado de ter enganado vítimas e conseguido mais de 10 milhões de dólares em um esquema envolvendo o app de relacionamento
O documentário “O Golpista do Tinder” estreou no início do mês na Netflix e trouxe a público uma saga perturbadora envolvendo o famoso aplicativo de relacionamento usado no mundo inteiro.
Quem assistiu à produção se assustou com as denúncias feitas por inúmeras mulheres que sofreram uma série de golpes milionários de um homem com quem começaram a se envolver por meio do Tinder, popular app de namoro.
O protagonista do golpe é Simon Leviev, que se apresenta como o “príncipe dos diamantes”, acusado de se envolver com diferentes mulheres com o intuito de obter o dinheiro das vítimas. Ele teria conseguido 10 milhões de dólares no total, segundo a produção.
Embora tenha praticado um esquema altamente pensado e que deixou muitas pessoas em elevadas dívidas, a verdade é que o homem não enfrenta nenhum grande problema em sua vida atual. Após o lançamento do documentário, ele segue livre.
O famoso “golpista do Tinder” com nome de “príncipe dos diamantes” na verdade não possuía esse nome originalmente. Ele nasceu como Shimon Hayut, em Bnei Brak, uma cidade a leste de Tel Aviv, em Israel.
O homem não tinha nenhuma relação com a família de magnatas do diamante, mas decidiu mudar o nome quando fugiu de sua terra natal para evitar ser julgado por crimes relacionados a fraudes, cometidos durante seus 20 e poucos anos.
Foi quando decidiu viver na Finlândia, onde foi novamente acusado de aplicar novos golpes e condenado a dois anos de prisão em decorrência de um esquema em que enganou três mulheres. Ali começou a história que a produção da Netflix acompanha, destaca a revista Esquire.
Ele cumpriu esses anos atrás das grades e foi liberado em 2017, mas ainda continuava sendo procurado em países como Israel, Suécia, Inglaterra, Alemanha, Dinamarca e Noruega até ser preso na Grécia usando um passaporte falso em julho de 2019 e extraditado para Israel para ser julgado.
Na época, o golpista se defendeu à emissora israelense Channel 12:
Tenho o direito de escolher o nome que quiser, nunca me apresentei como filho de ninguém, mas as pessoas usam a imaginação. Talvez seus corações tenham sido partidos durante o processo. Eu nunca tirei um centavo deles; essas mulheres se divertiram na minha companhia, viajaram e conheceram o mundo com meu dinheiro".
Ainda que negasse todas as acusações, o homem foi condenado a 15 meses de prisão por roubo, fraude e falsificação de documentos em Israel. As acusações estavam relacionadas aos crimes de 2011, e não aos praticados pela Europa. Ele foi solto após cinco meses em decorrência de bom comportamento.
Antes da estreia da produção do serviço de streaming, Simon Leviev compartilhava momentos da sua vida luxuosa no Instagram como um homem livre e contava com pelo menos 100 mil seguidores na plataforma, ainda que sua conta estivesse privada.
No entanto, a história acabou ganhando repercussão mundial com o documentário e fez com que seu perfil também ficasse mais conhecido, fazendo com que o golpista desativasse completamente sua conta.
Ele escreveu uma mensagem na rede social antes de excluí-la, embora não tenha sido acusado de nenhum crime fora de Israel.
Obrigado por todo o seu apoio. Compartilharei meu lado da história nos próximos dias, quando encontrar a melhor e mais respeitosa maneira de contá-la, tanto para as partes envolvidas quanto para até lá, por favor, mantenha a mente e o coração abertos”, disse, conforme repercutido pela NME, via Adoro Cinema.
*Com informações de: Esquire.