Depois de simplesmente desaparecer dos registros egípcios, a sacerdotisa não teve sua múmia e sarcófago apontados
O Egito Antigo possui mistérios que não foram e provavelmente nunca serão solucionados. A falta de registros de períodos históricos específicos, nos quais personagens importantes simplesmente aparentam ter desaparecido, fazem com que muitas incógnitas ainda permaneçam na história da civilização antiga.
Entre a causa da morte de Tutancâmon, o reinado de Cleópatra e o destino do corpo de Nefertiti, ainda há muito a ser desvendado. O último caso mostra-se ainda mais interessante quando percebemos que o destino da icônica rainha ainda permanece como desconhecido até mesmo para quem a estuda à fundo.
Rainha como divindade
A sacerdotisa provavelmente foi uma das figuras mais notáveis de todas as dinastias do Egito Antigo. A rainha e seu marido Aquenáton foram responsáveis por uma reforma religiosa que estabelceu uma crença que acreditava em apenas um deus, diferente do que acontecia antes na região, que era politeísta.
A partir disso, os dois passaram a ser considerados divindades para o povo egípcio. A popularidade da rainha, que já era amada pela população, decolou. Segundo a historiadora Deborah Vess, da Universidade de Geórgia, nos Estados Unidos, "Nefertiti contava com grande empatia e carisma entre a população, dando alguma popularidade ao culto de Aton, combatido pelos poderosos sacerdotes egípcios, que preferiam os deuses tradicionais".
Nefertiti, portanto, tornou-se uma própria deusa encarnada. Mesmo que sua personalidade não tivesse tanto alcance com os egípcios, no próprio governo ela era tida como uma pessoa capaz de opinar e mudar as regras do jogo. Imagens das paredes dos templos da realeza passaram a demonstrá-la cada vez maior até , enfim, alcançar o tamaho de Aquenáton, o que indica que seu status também aumentou.
Portanto, é possível imaginar o impacto que a morte da rainha deve ter causado. No Egito Antigo, o falecimento de uma figura de tamanho impacto faria com que ela fosse mumificada e guardada em um túmulo grandioso, possivelmente em uma pirâmide que demonstrasse seu poder.
Desaparecimento dos registros
Mas a verdade é que isso não aconteceu bem assim. Quando seu marido, o faraó, faleceu, sugere-se que ela tenha assumido o poder na dinastia. Registros em pedras encontrados por egiptólogos indicam que a região começou a ser governada por um rei de nome Nefernefruaton, possivelmente Nefertiti.
Ainda assim, as evidências não são suficientes para sustentar essa história. Três anos depois das maiores decisões tomadas pelo então faraó, — a de reverter as mudanças feitas na religião —, a sacerdotisa simplesmente desaparece dos registros. Quem assume depois é o famoso Tutancâmon, o faraó menino.
É provável que ela tenha morrido nesse período, mas tanto a causa da morte quanto o destino de seu corpo nunca foram elucidados por pesquisadores. O que se aponta como uma das causas do desconhecimento de sua tumba é o fato de que adoradores da antiga religião foram perseguidos, o que causou a destruição de muitos templos, inclusive o de Nefertiti.
Especulações e novas investigações
Em 2003, a egiptóloga americana, Joann Fletcher afirmou que havia encontrado a múmia da rainha na tumba KV35, localizada no Vale dos Reis. O local guardava inúmeros corpos mumificados de membros da família faraônica. No entanto, ela foi logo desmentida por Zahi Hawass, então secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades Egípcias.
Em novembro do ano passado, o próprio egiptólogo anunciou que possivelmente havia identificado a múmia de Nefertiti. Na época, afirmou: “usando técnicas modernas de DNA, estamos examinando as duas múmias rainhas encontradas no KV 21 porque uma delas, a sem cabeça, pode ser de Anquesenamom devido aos estudos preliminares. Também suspeitamos que a outra múmia KV 21 possa ser de Nefertiti”.
Ainda não temos mais informações sobre como essas análises estão indo, mas outras investigações sobre a tumba da sacerdotisa também estão sendo realizadas. No último ano, arqueólogo britânico Nicholas Reeves desenvolveu a hipótese que a tumba de Tutancâmon na verdade havia sido construída para abrigá-la depois de sua morte.
Para ele, a presença de seios e rosto feminino na máscara mortuária dourada de Tutancâmon pode indicar que o artefato foi feito originalmente para a rainha egípcia.
Outra descoberta feita no começo deste ano sobre o possível destino de Nefertiti também chamou a atenção do público. Uma equipe de arqueólogos liderados pelo ex-ministro egípcio de antiguidades, Mamdouh Eldamaty, descobriu uma câmara escondida próxima a tumba do rei Tut. Segundo os pesquisadores, é possível que lá estejam os restos perdidos de Nefertiti. Até agora, porém, não se sabe como está o andamento da pesquisa que investiga o caso.
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