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Matérias / São Paulo

Morte de professora e alunos feridos: O que se sabe sobre o ataque em escola de São Paulo

Nesta segunda-feira, a grande São Paulo amanheceu com a terrível notícia de uma tragédia cometida por um aluno de 13 anos

Redação Publicado em 27/03/2023, às 18h36

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Trechos dos vídeos em que aluno entra em sala de aula para atacar professora (esq.) e professora imobilizando o estudante (dir.) - Reprodução/Vídeo
Trechos dos vídeos em que aluno entra em sala de aula para atacar professora (esq.) e professora imobilizando o estudante (dir.) - Reprodução/Vídeo

Nesta manhã de segunda-feira, 27, por volta das 7h20, um aluno de 13 anos matriculado no colégio E.E. Thomazia Montoro, localizado na Vila Sônia, bairro da cidade de São Paulo, adentrou o colégio armado usando uma máscara munido de uma faca, que ele utilizou para atacar educadoras da instituição. 

Quatro professoras foram esfaqueadas — uma delas, Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, acabou indo a óbito com um ataque cardíaco como resultado do episódio, já as outras três foram internadas, mas felizmente sem risco de vida.

Além disso, um estudante sofreu ferimentos superficiais tentando defender as funcionárias, enquanto outro precisou de atendimento por estar em estado de choque. 

Armas apreendidas pela Polícia Civil/SP / Crédito: Divulgação/Polícia Civil/SP

A investida terminou quando a professora responsável pelas aulas de Educação Física conseguiu dominar o aluno armado, o segurando pelo pescoço e o afastando da vítima que o menino atacava naquele momento. 

Desdobramentos

O jovem agressor foi levado sob custódia para o 34° Distrito Policial. Ele está previsto para sair da delegacia ainda nesta segunda-feira, de onde irá para a vara da Infância e da Juventude e, a seguir, para a Fundação Casa. As informações foram apuradas pela CNN. 

Os policiais apreenderam uma série de posses do garoto, como, por exemplo, máscaras, luva e boné, assim como eletrônicos (HD, videogame, computador) e armas (faca, um pedaço de tesoura e arma de airsoft).

Elisabete Tenreiro, professora de 71 anos (esq.) e fachada da Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo (dir.) / Crédito: ArquivoPessoal/Reprodução/GoogleStreetView

O chocante evento de violência foi comentado por Tarcísio Gomes de Freitas, o governador de SP, através de suas redes sociais.  

Não tenho palavras para expressar a minha tristeza com a notícia do ataque a alunos e professores da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia. O adolescente de 13 anos já foi apreendido e nossos esforços estão concentrados em socorrer os feridos e acolher os familiares", afirmou ele. 

Já em entrevista à colunista Andrea Sadi, do g1, o político acrescentou que está pensando em "criar um programa para ter policiais nas escolas permanentemente" como forma de prevenir tragédias semelhantes no futuro. 

Histórico

Um detalhe relevante é que a antiga instituição de ensino do estudante havia contatado as autoridades a respeito de uma série de "comportamentos suspeitos" exibidos pelo pré-adolescente. 

O boletim de ocorrência preenchido pela Escola Estadual José Roberto Pacheco, que fica situada em Taboão da Serra, foi repercutido pelo portal Metrópoles: 

O aluno encaminhou mensagens e fotos de armas aos demais alunos por WhatsApp. Alguns pais estão se sentindo acuados e amedrontados com tais mensagens e fotos", dizia o documento. 

Na época, os pais do garoto também foram informados a respeito da preocupante situação.

Outra questão que causou alarme foi o fato do jovem ter criado alguns quizzes de teor sombrio na internet. Um deles, por exemplo, era batizado de "Qual dos serial killers você seria?", enquanto outro se propunha a dizer qual versão do Coringa, famoso vilão dos quadrinhos do Batman, a pessoa respondendo o quiz mais se parecia. 

Esse histórico de atividades online, assim como outras evidências, aliás, levam as autoridades a acreditarem que o crime ocorrido nesta segunda-feira, 27, teria sido premeditado. 

No próprio colégio E.E. Thomazia Montoro, inclusive, o estudante também teria tido atitudes repreensíveis. Conforme repercutido pelo UOL, um dos colegas de classe do autor do ataque revelou que ele uma vez chamara outro aluno de "macaco" — uma ofensa de tons racistas. O conflito teria sido apartado justamente pela educadora Elisabeth Tenreiro, única vítima fatal do esfaqueamento.