O santo do último dia do ano foi central na história do cristianismo
O imperador romano Constantino teve uma grave doença, com características da lepra, no ano 325, e seus médicos receitaram um banho com sangue de crianças mortas. Mesmo debilitado, o paciente rejeitou o tratamento e recebeu um sinal de Deus como recompensa: sonhou que sua cura estaria com o papa Silvestre I. Ao encontrá-lo, o pontífice garantiu que Constantino deveria ser batizado e ensinou a ele a palavra de Cristo. Livre da enfermidade, o governante adotou o cristianismo como crença oficial do Império. Chegavam ao fim três séculos de perseguição aos cristãos.
Esse foi o feito mais notável de Silvestre. Apesar de não haver registros sobre seu nascimento, sabe-se que ele era de família rica e que, ainda jovem, alimentava e abrigava peregrinos que iam a Roma visitar os sepulcros dos apóstolos e mártires cristãos.
Por isso, acabou sendo preso pelo prefeito de Roma, Tarquino Perpena, que “morreu de desgraça” no dia seguinte – um castigo, segundo a lenda popular. Libertado, Silvestre tornou-se sacerdote e, entre os anos de 314 e 335, foi pontífice.
A festa dedicada ao santo se espalhou pelo Ocidente a partir do século 13, sempre em 31 de dezembro, dia de sua morte. Por causa da data, fiéis pedem a interseção dele para que o ano novo seja abençoado.
A devoção a São Silvestre no Brasil chegou com os primeiros imigrantes italianos. Existem três paróquias em sua homenagem no país: em Jacareí (SP), Viçosa (MG) e Maringá (PR). Na cidade de São Paulo, o santo batiza a tradicional corrida de rua, que recebeu seu nome por ser disputada no último dia do ano.