O relacionamento era tão abusivo que o homem decidiu que iria comprar todas as cópias do filme em que a esposa aparecia nua, além de trancá-la em casa inúmeras vezes
Estrela dos longa-metragens Êxtase (1933), Sansão e Dalila (1949) e Argélia (1938), Hedy Lamarr foi uma das maiores divas de Hollywood. Além da beleza exorbitante, a mulher possuía uma capacidade de atuação impressionante, o que fez com que ela fosse contratada com facilidade pela importante MGM Studios.
Nascida Hedwig Eva Maria Kiesler, na Áustria, começou a atuar muito cedo, principalmente em produções europeias, já que ela era originalmente do antigo continente. Durante esse período, foi responsável por uma cena que transformou o cinema de maneira geral: o filme Êxtase, lançado em 1933, trazia um momento que mostrava um orgasmo feminino, algo nunca antes visto nas telonas.
A obra cinematográfica tcheca mostrava-a, ainda, nua e correndo pela natureza. Era apenas o começo da carreira de Hedy — primeiramente como atriz. Mais tarde, ela se tornaria responsável ainda por uma invenção, também, revolucionária.
Antes de se tornar a ilustre atriz dos anos de ouro do cinema estadunidense, porém, Hedy teve uma vida complicada. De família judia, preocupava-se com o destino de seus pais durante os anos que precederam a guerra. A ideia era levá-los aos Estados Unidos para que ficassem a salvo, mas outras coisas aconteceriam nesse meio tempo.
Casamento abusivo
Em 10 de agosto de 1933, em meio ao processo de gravação do filme Êxtase, ela se casou, aos apenas 19 anos, com Friedrich Mandl, de 33. O homem era um milionário fabricante de armas, considerado o terceiro homem mais rico da Áustria. No entanto, seu maior problema era outro: Mandl era simpatizante do nazismo e tinha conexões estreitas com fascistas.
Mesmo que tivesse origem judia, Lamarr era obrigada pelo marido a receber em sua casa fascistas e nazistas em diversas festas. Os homens ficavam debatendo o futuro da guerra, enquanto a atriz apenas ouvia e aprendia sobre os equipamentos modernos utilizados por eles.
O relacionamentos dos dois já pode ser considerado problemático apenas com essas informações. Mas ainda havia mais. Mandl era excessivamente protetor para com a esposa, de maneira que tentava a impedir de fazer inúmeras coisas — até mesmo de ser vista por outras pessoas.
Um episódio grave aconteceu quando o homem decidiu que iria comprar todas as cópias do filme Êxtase, produção em que a atriz estrelou o primeiro orgasmo do cinema e aparecia completamente nua. Ele não queria que outros pudessem ver Hedy sem roupas, tentando impedir que seu corpo continuasse sendo exposto mundo a fora.
A tentativa não deu certo, como pode-se imaginar. Muitos exemplares da produção circulavam por aí e, por mais surpreendente que isso possa ser, até mesmo o ditador fascista Benito Mussolini possuía sua própria cópia do longa-metragem. Pior que isso: ele não aceitou vendê-lo ao marido da protagonista.
Mais tarde, a austríaca escreveu em sua autobiografia, Ecstasy and Me (Êxtase e Eu, em tradução livre), lançado em 1966, que tinha um relacionamento abusivo com Mandl. Possessivo, ele a trancou em casa em diversas situações.
Ela já estava cansada dos abusos de seu casamento e não via outra opção senão fugir. Com a morte de seu pai, ficou ainda mais fácil que ela abandonasse sua vida anterior em seu país natal. Foi então que a atriz decidiu fugir para Paris, na França e depois para os Estados Unidos.
Para escapar do homem abusivo, drogou-o e levou consigo uma mala repleta de ricas jóias, visto que o marido era extremamente rico. Em solo estadunidense, recomeçaria sua vida, continuando a atuar e, ainda, desenvolvendo tecnologia. Logo na viagem de navio ao país americano, conheceu o magnata Louis B. Mayer. Chamando sua atenção, foi logo contratada pela Metro-Goldwyn-Mayer mesmo antes do fim da jornada ao mar.
Foi assim que a fuga de seu marido e relacionamento abusivo que Hedy conseguiu uma carreira de sucesso em Hollywood. Não esquecendo de suas origens e dos problemas que seus familiares poderiam enfrentar na Europa, ainda foi responsável por desenvolver o salto de frequência. Ele poderia ter sido aplicado em aviões e navios de guerra dos Estados Unidos para despistar radares nazistas, mas isso não chegou a acontecer.
No entanto, além de ser utilizado em comunicação de guerra, posteriormente ao conflito mundial, a tecnologia base possibilitou a criação da maioria das comunicações sem fio, como celulares, redes wireless e GPS.
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