Estrelado por Elizabeth Taylor e Richard Burton, "Cleópatra" brilhou no Oscar e entrou para a história do cinema; confira os bastidores
Redação Publicado em 15/09/2024, às 12h00
O clássico cinematográfico "Cleópatra"quase levou a 20th Century Fox à falência, ao mesmo tempo em que foi o cenário do romance entre Elizabeth Taylor e Richard Burton. Um dos filmes mais comentados do cinema tem bastidores repletos de fatos curiosos.
O filme, que conquistou quatro prêmios Oscar nas categorias de direção de arte, fotografia, figurino e efeitos especiais, também recebeu cinco indicações adicionais: melhor ator para Rex Harrison, montagem, trilha sonora original, som e melhor filme.
Com um orçamento de 44 milhões de dólares na época, o longa-metragem arrecadou aproximadamente 71 milhões de dólares em bilheteria mundial. Notoriamente, Elizabeth Taylor tornou-se a primeira atriz a assinar um contrato milionário com um estúdio de Hollywood, recebendo 1 milhão de dólares por sua participação no filme.
A pré-produção iniciou-se no verão de 1960 nos estúdios Pinewood, próximos a Londres. No entanto, devido à renúncia do diretor Rouben Mamoulian e à pneumonia de Elizabeth Taylor, as filmagens foram transferidas para os estúdios Cinecittà em Roma. A mudança buscava garantir um ambiente mais favorável à recuperação da atriz, que precisou passar por uma traqueostomia.
Joseph L. Mankiewicz assumiu a direção após a mudança para Roma. Durante essa fase conturbada da produção, Peter Finch e Stephen Boyd abandonaram os papéis de Júlio César e Marco Antônio, respectivamente. Richard Burton e Rex Harrison foram, então, escalados para esses papéis, e as gravações se estenderam por dois anos e meio.
A versão inicial do filme dirigida por Mankiewicz tinha seis horas de duração. No entanto, o estúdio obrigou-o a reduzir o tempo para 192 minutos, recusando-se a dividir o longa em duas partes conforme sugerido pelo diretor. Anos depois, uma versão com 243 minutos foi lançada como uma tentativa de restaurar parte da visão original do cineasta.
O figurino utilizado por Elizabeth Taylor no filme incluiu 65 trajes diferentes, destacando-se um vestido feito com ouro de 24 quilates para sua entrada em Roma. Somente o guarda-roupa da atriz custou cerca de 200 mil dólares na época.
O projeto era um sonho do produtor Walter Wanger, que desejava uma intérprete capaz de capturar a beleza, inteligência e força da rainha. Embora o estúdio preferisse atrizes como Joan Collins e Susan Hayward e Mamoulian tivesse Dorothy Dandridge como alvo inicial, Wanger escolheu Taylor após vê-la em "Um Lugar ao Sol" (1951).
O relacionamento extraconjugal entre Elizabeth Taylor e Richard Burton gerou grande escândalo na época, com ambos atores enfrentando críticas públicas severas inclusive do Vaticano. O casal se casou em 1964 e divorciou-se uma década depois; casaram-se novamente em 1975 antes de se separarem definitivamente em 1976.
Meio século depois, o filme ainda cativa Hollywood. A atriz Angelina Jolie demonstrou interesse em reviver o papel icônico de Elizabeth Taylor como Cleópatra.
Já Gal Gadot viverá a rainha em novo filme, ainda sem data anunciada. No ano passado, durante entrevista à Vogue Hong Kong, a atriz afirmou que o projeto vai mostrar o lado menos comentado de Cleópatra.
"Sabe, se a Mulher Maravilha é uma líder feminina forte no imaginário das pessoas, Cleópatra é realmente a verdadeira líder forte. Tudo o que eu sempre vi em relação à Cleópatra no cinema era que ela era uma mulher sedutora que teve um caso com Júlio César e Marco Antônio. Mas a verdade é que há muito mais nela."
