Antes das redes sociais, o SBT promovia a alternativa para a junção de novos casais
Em tempos modernos, encontrar uma companhia amorosa tem diversos facilitadores digitais; com redes sociais para diminuir a distância física através de mensagens e até aplicativos dedicados ao encontro e paquera, como Tinder, diversas ferramentas para encontrar um novo amor estão disponíveis.
Contudo, na década de 1990, com a internet engatinhando no Brasil e com poucos aparelhos de telefonia móvel, os mais tímidos teriam que enfrentar o cortejo à moda antiga, tentando alguma relação interpessoal, ou criando coragem para se inscrever no programa 'Em Nome do Amor', transmitido nas noites de domingo pelo SBT entre os anos de 1994 e 2000.
Conduzido pelo apresentador Silvio Santos, os participantes poderiam se inscrever mandando uma carta para a caixa postal da emissora contendo características físicas, em fotos, além de uma breve descrição sobre curiosidades pessoais e interesses em um futuro pretendente. Se tivessem sorte — e coragem —, eram convidados para uma gravação.
As dinâmicas de palco buscavam integrar os rapazes e moças que eram convidadas; separados em gêneros, inicialmente ficavam separados em dois cantos opostos do estúdio e recebiam binóculos para observarem as características físicas dos outros participantes, de maneira que encontrassem algum ponto de interesse.
Ao selecionarem, começavam uma série de atividades como pares; ficavam conversando, depois dançavam coladinhos como em um baile à moda antiga e eram questionados sobre interesses pessoais. Detalhe: em momento nenhum poderiam trocar de par. Tudo isso sendo visto por um auditório lotado além de câmeras que transmitiam as interações em rede nacional.
Silvio, como bom gozador, aproveitava para comentar essas dinâmicas e tirar sarro dos garotos, mesmo que estivessem em frente de suas futuras pretendentes; a vergonha era nítida entre os rapazes em meio a comentários como "esse não tem firmeza" ou comparações como "o anterior é mais bonito", contando com aplausos calorosos da plateia.
Ao final de todas as dinâmicas, Silvio enfileirava os pares e dava o direito de decisão às garotas, perguntando se estiveram confortáveis com a escolha e com as dinâmicas promovidas.
Ao fim do questionário, era perguntada se seria "namoro ou amizade", dispondo os garotos à decisão dela.
Longe de qualquer efetividade, a maioria dos candidatos era rejeitada e, consequentemente, tinham direito a uma nova oportunidade.
Na repescagem, poderiam selecionar outro pretendente para conhecer, sendo novamente colocadas a prova em um baile romântico e indagações constrangedoras.