A invenção de quase 100 anos atrás acabava com os livros enormes
É o fim do livrão. Assim anunciavam, há 90 anos, a revolucionária invenção do septuagenário almirante Bradley Fiske: basicamente, uma lente de aumento presa a um suporte para uma página fininha. O texto era impresso em fontes microscópicas, que só podiam ser lidas com a lente especial. Com isso, Fiske conseguiu condensar as 460 páginas de 'The Innocents Abroad', de Mark Twain, em 13 tirinhas.
Aposentado da Marinha americana dez anos antes, durante a Primeira Guerra, Fiske era um prolífico inventor. Entre seus 130 inventos está o estadímetro, tipo de telêmetro usado para calcular as distâncias para a artilharia naval — que é usado até hoje quando o radar não está disponível.
Sua contribuição mais duradoura está na própria arte da guerra: ele foi um dos maiores defensores do uso de aviões no mar, tornando-se um dos pioneiros dos porta-aviões. Dizer que o invento de Fiske não colou é inapropriado.
Ainda que o e-book analógico (a-book?) não tenha ido muito longe, ele usava o princípio do microfilme: volumes gigantes tornados minúsculos em chapas fotográficas, usado extensivamente em bibliotecas, repartições públicas e empresas no século passado.
Criada no século 19, a tecnologia começaria a tomar corpo na mesma época do invento do almirante. Entre 1927 e 1939, a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos acumularia seus primeiros 3 milhões de volumes em microfilme. Até os dias de hoje, uma enormidade de produções são mantidas dessa forma.