A celebridade, que é famosa por não ter medo de inovar, possuía uma visão de mundo incomum para a década de 1990
Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 23/05/2021, às 10h00 - Atualizado em 07/01/2022, às 12h00
Na última quinta-feira, 20, a celebridade norte-americana Cher comemorou seu aniversário de 75 anos. A aclamada cantora e atriz é conhecida por sua voz poderosa, suas reinvenções artísticas ousadas e pelas atitudes icônicas que pavimentaram o caminho para outros artistas que vieram depois dela.
Conforme repercutido pela Vice, ela é a cantora que popularizou o uso do auto tune através de sua música “Believe”. Além disso, foi uma das primeiras a interpretar uma personagem lésbica num filme que não demonizava a orientação sexual, no longa “Silkwood”, de 1983.
Outro momento que demonstrou a mentalidade à frente de seu tempo de Cher ocorreu em uma entrevista de 1996 que viralizou no Facebook em 2016.
Em uma fala que mistura bom humor com pensamento crítico, a celebridade de Hollywood comentou que homens não eram realmente uma necessidade em sua vida. “Como sobremesa”, comparou ainda, para ajudar no entendimento.
Brincando, a entrevistadora, Jane Pauley, precisou ainda esclarecer: “Você está dizendo isso apenas para soar malvada e amarga?”, perguntou demonstrando curiosidade genuína, ao que a cantora respondeu sem hesitar: “De forma alguma, eu adoro sobremesa”.
Ela prosseguiu, explicando sua metáfora burlesca ao dizer que amava homens e que eles eram muito legais, ela apenas não precisava deles para viver. Outro recurso buscado por Cher para ilustrar a situação foi o trecho de uma conversa que teria tido com sua mãe a respeito de casamentos.
“Minha mãe me disse ‘Querida, um dia você devia se aquietar e casar com um homem rico’, e eu disse ‘Mãe, eu sou um homem rico’”, concluiu, arrancando risadas de Jane. E a artista não estava brincando: já era dona de uma fortuna milionária na época, não apenas por conta de seus papeis em filmes e lançamentos de discos, mas também por investir no mercado de ações.
Cher ainda explicou que seus relacionamentos com homens eram beneficiados por essa sua visão de mundo, uma vez que ela escolhia estar com eles porque gostava deles, e não porque precisava deles.
Essa atitude de independência é particularmente impressionante quando se leva em conta o quanto a sociedade da época não incentivava mulheres a serem assim. A celebridade, todavia, não via problema nenhum em nadar contra a corrente, ainda que, segundo revelou na mesma entrevista, isso parecesse intimidar alguns homens.
“Homens mais velhos ficam apenas muito nervosos a respeito do que é que eu vou dizer, ou se eu vou amarrar eles quando estivermos no quarto”, relatou, fazendo a entrevistadora rir uma outra vez. “Vai saber do que é que eles estão com medo!”, completou em resposta à reação.
Outra opinião incomum manifestada por Cher na mesma ocasião foi de que homens seriam "muito vulneráveis", o que a fazia se sentir mal por eles em certas situações. A resposta dela a respeito de quais seriam essas situações também veio com uma metáfora bem-humorada: "Bom, eu consigo usar calças e também vestido".
A cantora continuou dizendo que esse exemplo se aplicava para outras situações: "Eles tem mais dificuldade em fazer essa transição entre o lado suave e o lado duro".
Confira a famosa entrevista na íntegra (em inglês, dividida em duas partes) abaixo: