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Matérias / Laci Peterson

Caso Laci Peterson: O que disse Scott Peterson 20 anos após o crime?

Scott Peterson está preso desde 2003, suspeito de assassinar sua esposa, Laci, que estava grávida de 8 meses; confira relatos 20 anos depois do crime

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 15/08/2024, às 19h00 - Atualizado em 22/08/2024, às 07h31

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Scott Peterson durante julgamento e fotografia de seu casamento com Laci - Getty Images / Divulgação/Netflix
Scott Peterson durante julgamento e fotografia de seu casamento com Laci - Getty Images / Divulgação/Netflix

Recentemente, chegou à Netflix a nova minissérie documental 'Homicídio nos EUA: Laci Peterson'. Com apenas três episódios, a produção nos conta o desenrolar das investigações do assassinato de Laci Peterson, ocorrido na véspera do Natal de 2002 em Modesto, na Califórnia.

"Laci Peterson estava grávida de oito meses quando desapareceu, iniciando uma busca que terminou em tragédia. Esta série documental aborda o assassinato ocorrido em 2002", explica a sinopse da minissérie, disponibilizada pela própria Netflix.

Laci foi considerada desaparecida em dezembro de 2002, e seu corpo — bem como o de seu filho ainda não nascido, de quem estava grávida de oito meses, Conner — só foi encontrado em abril de 2003, na Baía de São Francisco. E o principal suspeito do crime foi o marido de Laci, Scott.

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Por isso, no dia 18 de abril de 2003, apenas alguns dias após a descoberta do cadáver, Scott Peterson foi preso em San Diego, mesmo que negasse as acusações de assassinato. Condenado, ele cumpre pena na Prisão Estadual de Mule Creek em Ione, Califórnia, sem direito à liberdade condicional e sob sentença de prisão perpétua.

Neste ano, Scott se pronunciou publicamente pela primeira vez, mais de 20 anos após sua prisão, em entrevista para outro documentário sobre seu caso, 'Face to Face with Scott Peterson', que estreia no próximo dia 20 no Peacock — uma plataforma de streaming da NBCUniversal, não disponível no Brasil.

Laci e Scott Peterson / Crédito: Divulgação/Netflix

A prisão

Inicialmente, Scott Peterson foi detido como suspeito de executar a morte de Laci, e nas últimas duas décadas passou por uma série de julgamentos. Nesse tempo, ele foi, inclusive, sentenciado à pena de morte — o que já foi revogado —, e está atualmente com 51 anos, detido em prisão perpétua.

Até hoje, os policiais não encontraram evidências diretas do envolvimento do homem, no entanto, um fator que foi decisivo no julgamento, para que os juízes o considerassem culpado, foi que uma mulher chamada Amber Frey — uma massagista que vivia em Fresno, na Califórnia — revelou que tinha um relacionamento com Scott, sem saber que ele era casado e que esperava um filho. 

Amber Frey / Crédito: Divulgação/Netflix

Após os cinco meses em que se prolongou o julgamento de Scott Peterson, os promotores concluíram que ele era um homem que, arrependido por estar prestes a se tornar pai, decidiu cometer um assassinato para deixar o casamento sem precisar pagar uma pensão alimentícia para a cônjuge ou para o filho, explica a People.

Porém, Scott nunca deixou de buscar recursos judiciais para comprovar inocência, alegando que, embora tenha traído Laci — o que afirma se arrepender —, ele não é o responsável pelo assassinato. E quem se tornou uma de suas maiores apoiadoras nesta empreitada foi sua cunhada, Janey Peterson, que se tornou advogada nos últimos 20 anos e luta pela liberdade de Scott.

Para Janey, conforme entrevista à People, o caso de Scott e sua desonestidade foram "devastadores e perturbadores" para ela e outros familiares. De fato, "Scott mentiu sobre traição e isso foi perturbador. Mas ele não foi acusado de infidelidade. Ele foi acusado de assassinato", afirmou a advogada.

Outro lado da história

Em 'Face to Face with Scott Peterson', o detento não se mostra como alguém capaz de cometer um assassinato brutal. Em vez disso, apresenta comportamento "calmo" e "amigável", e insiste em sua inocência; embora alegue se sentir culpado por começar um caso extraconjugal apenas um mês antes da morte de Laci — "É horrível. Eu fui um completo babaca por fazer sexo fora do nosso casamento", disse.

Porém, o que ele mais busca com a entrevista é, nas palavras dele próprio, "esclarecer" seu caso, apresentando seu lado da história. Nesse contexto, ele chama a operação policial e dos promotores de "suposta investigação", que, segundo Scott, ignoraram pistas importantes e confiaram apenas em evidências circunstanciais para condená-lo por duplo homicídio, em 2004.

Scott Peterson em 2005 / Crédito: Getty Images

Lamento não ter testemunhado [no meu julgamento], mas se eu tiver a chance de mostrar às pessoas qual é a verdade, e se elas estiverem dispostas a aceitá-la, seria a maior coisa que eu poderia realizar agora — porque eu não matei minha família", disse Scott Peterson. "Isso é tão ofensivo e tão repugnante", opina sobre as acusações da promotoria.

No início deste ano, quem assumiu o caso de Scott Peterson foi a Los Angeles Innocence Project, uma organização sem fins lucrativos que visa apoiar vítimas de "condenações injustas", fornecendo suporte judicial e incentivo para a revisão das sentenças e dos casos.

O máximo que conseguiram, até o momento, foi que um juiz decidisse que uma evidência encontrada com o corpo de Laci, um pedaço de fita adesiva em suas calças, deveria passar por uma nova análise de DNA, para averiguar se, com as tecnologias atuais, seria possível relacionar Scott ou não ao crime.

O condenado segue preso e aguarda um novo julgamento, tentando comprovar assim sua inocência. Confira mais detalhes sobre o caso em 'Homicídio nos EUA: Laci Peterson', disponível na Netflix.