Apesar do sucesso da animação, clássico da Disney pouco tem a ver com a história real da indígena nativo-americana
Lançado em 1995, Pocahontas é uma das clássicas animações de princesas da Disney, que conta a história de uma índia nativo-americana, filha do líder da tribo em que morava, que se apaixona por John Smith, um dos colonos ingleses que ameaçam tomar o local em que morava e, juntos, conseguem acabar com a intriga entre os dois povos pelo território.
Entretanto, o que muitos não sabem, é que a jovem Pocahontas realmente existiu, mas sua história não é igual a narrativa retratada por Walt Disney. Seu nome, na verdade, era Amonute, onde muitos às vezes era chamada de Matoaka. Nascida em 1596, ela realmente era filha do líder Powhatan, e eles viviam na região conhecida atualmente como Jamestown, na Virgínia.
Durante toda sua vida, a jovem Matoaka acompanhou a eterna briga entre colonos e americanos e, em 1607, foi quando salvou John Smith de ser morto pelo seu pai. Diferente da animação, ela tinha apenas por volta de 10 a 12 anos de idade, e não teve nenhum relacionamento amoroso com o homem.
Nas escrituras deixadas pelo aventureiro, ele escreveu após a morte da nativa que uma doce e bela filha de um poderoso líder nativo o resgatou de uma execução. Por esse motivo, a ideia de que ambos teriam se apaixonado e lutado contra seus próprios povos para proteger um ao outro percorreram ao passar dos séculos, mesmo não sendo real.
Após o acontecimento, Pocahontas ainda participou de mais dois conflitos contra os colonos, mas também costumava visitar o local onde os europeus se encontravam com o intuito de ajudá-los com comida já que, naquela época, o alimento era bastante escasso.
Quando tinha 17 anos, acabou sendo raptada por Samuel Argall, sendo utilizada como moeda de troca para que conseguisse alguns prisioneiros de seu pai, e foi mantida como prisioneira por mais de um ano. Foi durante sua prisão que conheceu o homem com quem realmente se relacionaria, chamado John Rolfe.
John tinha 28 anos, era viúvo e trabalhava plantando tabaco. Após demonstrar grande interesse pela jovem, ele disse que a libertaria com a condição de que se casassem. A ideia logo foi aceita por Amonute, que foi renomeada como Rebecca. Ela casou-se com o britânico em 1614, sendo o primeiro casamento entre um nativo americano e um europeu já registrado.
Pouco tempo após a união, o casal teve seu primeiro filho, Thomas Rolfe. Todos seus descendentes passaram a ser conhecidos como Red Rolfe, fazendo referência a como a Europa denominava a cor de pele dos americanos. Apenas em 1616 Pocahontas foi levada pela primeira vez a Inglaterra por seu marido.
Lá, trabalhou como modelo em uma campanha que apoiava a colônia de Virgínia, servindo como um símbolo de paz entre os dois povos. Passou a ser reconhecida como uma “selvagem domesticada”, gerando inúmeros elogios a John por ter ensinado o cristianismo para sua mulher.
Em uma ida ao teatro, reencontrou John Smith, a quem tinha salvado anos atrás. A mulher não gostou nem um pouco da situação, virando-lhe as costas e o deixando sozinho por horas, até que decidiu voltar atrás do homem, o chamando de mentiroso e pedindo para que não se aproximasse mais.
Durante o mês de março do ano seguinte, a família Rolfe decidiu que iria voltar para a Virgínia. Entretanto, Pocahontas nunca concluiria a viagem. Enquanto estavam na embarcação, Amonute começou a ficar muito mal e acabou falecendo no dia 21 de março de 1617, com apenas 21 anos. A verdadeira causa de sua morte nunca foi comprovada, mas muitos especulam ter sido tuberculose, varíola, pneumonia ou até mesmo envenenamento.
A mulher foi enterrada dentro de uma igreja em Gravesend, todavia, seu túmulo acabou sendo destruído após uma reconstrução feita no mesmo local. Depois de sua morte, os dois povos voltaram a entrar em conflito, com a comunidade de Powhatan sendo completamente dizimada e dominada pelos europeus.
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