Construído em meados do século 18, o Petit Trianon foi residência de uma série de personalidades históricas, entre elas a rainha Maria Antonieta
Construído em Versalhes entre 1758 e 1768, por ordem do rei Luís XV e através do projeto do arquiteto Ange-Jacques Gabriel, o Petit Trianon é um impressionante palácio que guarda memórias da monarquia.
Com a ascensão de Luís XVI, em 1774, em decorrência da morte de seu avô, o edifício foi entregue como presente à rainha Maria Antonieta, que logo ordenou uma série de reformas, dos cômodos aos jardins.
Durante a Revolução Francesa, o Petit Trianon foi brevemente transformado em um albergue e os jardins quase foram divididos em lotes. Porém, mais tarde, com a ascensão de Napoleão Bonaparte, foi restaurado para se tornar a residência de sua irmã, Paulina e, posteriormente, para sua segunda esposa, Maria Luísa.
Após o período napoleônico, o Petit Trianon passou para o duque de Orléans, o filho mais velho de Luís Filipe. Em 1867, a imperatriz Eugénie, esposa de Napoleão III, tomou a iniciativa de converter o Petit Trianon em um museu dedicado à memória de Maria Antonieta, organizando a primeira exposição dedicada à rainha.
Conforme informações do site Chateau de Versailles, o edifício fora disposto em forma de cubo. A fachada sul, com vista para o Pátio de Honra, é adornada com quatro pilastras que destacam a leve projeção dos três vãos centrais. A fachada norte reflete esse arranjo, mas em um nível inferior, devido à diferença no nível do jardim.
Já fachada leste, que anteriormente dava para a horta de Luís XV, é mais simples, enquanto a fachada oeste, voltada para os Jardins Franceses, é a mais detalhada, com colunas coríntias e uma decoração elaborada.
O interior do Petit Trianon reflete uma harmonia entre funcionalidade e beleza. A vasta escadaria central, decorada com mármore verde e branco e corrimão de ferro forjado, é iluminada por grandes janelas que trazem luz natural ao espaço.
O piso térreo inclui áreas como a Sala de Bilhar e a Capela. A primeira, originalmente decorada com uma mesa de bilhar ornamentada durante o reinado de Luís XV, passou por modificações ordenadas por Maria Antonieta, que transferiu a mesa para o primeiro andar em 1784, substituindo-a por uma versão simples para uso dos guardas.
A Sala de Aquecimento, localizada ao lado do salão, servia para aquecer os pratos antes de serem servidos, mas foi fechada por Maria Antonieta devido aos odores que invadiam seus aposentos. A Sala dos Talheres, com piso de mármore e grandes armários, armazenava talheres e porcelanas.
No primeiro andar do Petit Trianon, a antecâmara, também conhecida como "sala dos buffets" ou "sala dos fogões", é o primeiro cômodo acessado.
A Sala de Jantar Principal, inaugurada em 1769, acomodava até 50 convidados e era dedicada à natureza. A decoração inclui painéis de madeira com guirlandas de flores e frutas, lareira de mármore azul e quatro pinturas que celebram as estações.
Ao lado, a Pequena Sala de Jantar, mais íntima, comportava até 20 convidados e era o local onde Maria Antonieta manteve a mesa de bilhar de Luís XV. A Sala de Recepção, por sua vez, destaca-se pela complexidade da decoração, com monogramas e luminárias luxuosas.
Já o quarto de Maria Antonieta, que pertenceu à Madame Du Barry, foi redecorado com elementos bucólicos.
O sótão do Petit Trianon foi convertido por Ange-Jacques Gabriel em um apartamento para Luís XV e acomodações para os nobres de sua comitiva. O apartamento real, composto por antecâmara, quarto e câmara privada, foi reservado para Luís XVI, embora ele nunca tenha dormido ali. Esse espaço era provavelmente usado por sua irmã, Madame Élisabeth, durante suas visitas ao Trianon.
O quarto do rei mantém a decoração escolhida por Luís XV, com seda carmesim. A cama, substituta da original de estilo turco, data de 1775 e é adornada com cabeças de leão esculpidas. Luís XVI preservou a maioria dos móveis.
A câmara privada do rei, reformada em 1777, possui móveis especiais, como uma escrivaninha também ornamentada em bronze.