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Matérias / Personagem

A impressionante história das crianças que foram vendidas pela mãe após a Segunda Guerra

A famosa fotografia das quatro crianças sendo oferecidas na porta de casa rodou os Estados Unidos e chocou a nação

Wallacy Ferrari Publicado em 02/08/2020, às 09h00

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Imagem ilustrativa de criança triste ao chão - Pixabay
Imagem ilustrativa de criança triste ao chão - Pixabay

Fotografada em agosto de 1948, a quimérica imagem da mãe grávida, junto aos quatro filhos na entrada da casa, ao lado de uma placa estrito “4 Children for Sale” (quatro crianças à venda, em inglês) rodou os Estados Unidos como um símbolo das dificuldades financeiras que o país enfrentava após o término da Segunda Guerra Mundial.

A imagem chocante se tornou pública após ser impressa no extinto The Vidette-Messenger, um jornal local de Valparaiso, em Indiana, EUA, no dia 5 do mesmo mês, sendo comprava e republicada por jornais de distribuição nacional.

Logo na legenda, a identificação da personagem central: “Um grande letreiro de 'À venda' em um quintal de Chicago silenciosamente conta a trágica história do Sr. e da Sra. Ray Chalifoux, que enfrentam despejo de seu apartamento”.

A Sra. Ray Chalifoux era Lucille Chalifoux, uma dona de casa cujo esposo, um motorista de caminhão de carvão, estava desempregado. Com o alto custo de vida dos filhos, oferecia Lana, 6, Rae, 5, Milton, 4, e Sue Ellen, 2. O mais surpreendente é a história posterior a foto; todas as crianças das fotos, incluindo a que estava em seu ventre, foram vendidas nos dois anos seguintes para lares distintos.

Destino dos filhos

Os únicos filhos que, ao menos, puderam compartilhar um lar por todo o resto da infância foram Rae e Milton, que foram vendidos para a família Zoeteman em 1950, tendo os nomes alterados para Beverly e Kenneth, respectivamente. O destino conseguiu ser ainda pior com o casal de irmãos, que passou a trabalhar no campo por longas horas de maneira escrava, sem nunca serem registrados oficialmente.

Rae e Milton reunidos em fotografia com a família Zoeteman / Crédito: Divulgação

O filho que ainda não tinha nascido, David, também seria adotado e oficializado em cartório, porém, por Harry e Luella McDaniel, um casal rígido, porém amoroso e solidário com o período da criança. David morava relativamente perto de Rae e Milton e, quando ganhou sua primeira bicicleta, chegava a pedalar até a casa dos irmãos para conversar sobre a infância e como as coisas estavam, além de os convidar para brincar com brinquedos.

Rae e Milton, no entanto, tiveram saídas conturbadas; a garota foi estuprada aos 17 anos e engravidou devido a relação, sendo expulsa de casa até que se livrasse do bebê, que colocou para a adoção. Milton reagiu aos abusos de maneira violenta, sendo considerado uma ameaça a sociedade por um juiz de menores e enviado a um reformatório, além de passar anos forçados em um hospital psiquiátrico, mesmo sem nenhuma dificuldade cognitiva.

Ausência de amor

Os três irmãos que conseguiram manter uma relação próxima não tiveram novas notícias das duas irmãs, Lana e Sue Ellen, durante anos. A mãe biológica adotou outra postura após se estabilizar financeiramente, tendo outros quatro filhos e decidindo ficar com os mesmos. No entanto, é retratada como uma pessoa fria, tendo dificuldade de manter os filhos próximos a ela até os seus dias finais.

Sue Ellen (à esq.) e a irmã Rae (à dir.) se reúnem  parafotografia, no ano de 2013 / Crédito: Divulgação/Facebook

Com o advento da tecnologia, os irmãos conseguiram se conectar com Sue Ellen por via das redes sociais, ainda com vida. Na época, a garota era a irmã mais nova e foi vendida para um casal em East Side, em Chicago, a 53 quilômetros de onde morava com a mãe biológica. Quando perguntada pelos irmãos sobre o sentimento que guardava de Lucille, foi direta: “Ela precisa estar no inferno queimando”.

Sue soube, anos antes, que Lana havia falecido de câncer, em 1998, após ser enviada para uma fazenda em Wisconsin, tendo um destino diferente de todos. Aos 12 anos, voltou a morar com a mãe biológica, que a readotou para que ela servisse de babá para os novos filhos, visto que, cuidando de todos, não poderia beber e nem ir ao bingo.


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