Quando os oficiais alemães perceberam que iam perder a guerra, decidiram enterrar suas toneladas de ouro e obras de arte roubadas
Em 2019, Roman Furmaniak, que é o dono da fundação não-governamental Silesian Bridge, na Polônia, recebeu um item inusitado: um diário com mais de setenta e cinco anos de idade que pertencera a um comandante nazista.
Quem entregou o artefato à ONG foi um grupo de alemães que acharam certo oferecê-lo à Polônia como um pedido de desculpas pelas atrocidades cometidas na Segunda Guerra Mundial.
O diário, todavia, não continha simplesmente as anotações pessoais de um outro seguidor das ideologias absurdas pregadas por Hitler. Um objeto assim já teria um grande valor histórico, é claro, mas o diferencial deste caderno é que ele pode levar quem o tem em mãos a recuperar toneladas de barras de ouro, joias preciosas e obras de arte raras.
Colocando em outras palavras, pode se tratar de um verdadeiro mapa do tesouro, contendo pistas a respeito de um total de 11 locais onde os nazistas esconderam os tesouros que roubaram dos lugares que saquearam. Segundo foi anotado no documento, os recursos foram ocultados para serem usados no futuro na criação de um “Quarto Reich”.
Os alemães que entregaram o diário eram integrantes de uma loja maçônica que no passado havia tido diversos líderes nazistas. Foi por isso que a organização havia sido escolhida para esconder o objeto 76 anos atrás, quando era claro que a derrota da Alemanha era iminente.
Felizmente, com o passar do tempo e um ganho de perspectiva a respeito dos horrores causados pelo nazismo, os membros da sociedade decidiram que já não fazia sentido guardar o artefato.
Para se ter uma ideia do tamanho da riqueza devolvida pelo grupo, é necessário pontuar que estima-se que cerca de 5 milhões de peças de arte que pertenciam aos judeus desapareceram durante a Segunda Guerra, de acordo com uma matéria de 2020 da Revista Galileu.
Isso inclui, por exemplo, um quadro inestimável de 1514 que foi pintado pelo artista renascentista Rafael e leva o título de “Retrato de um Jovem”.
O dono original do diário não foi ingênuo o suficiente para assinar as páginas reveladoras com seu verdadeiro nome, é claro. Em vez disso, usou o pseudônimo de Michaelis.
Os historiadores poloneses acreditam também que ele não apenas guardou as informações de onde estavam os tesouros roubados pelos nazistas, mas também teria estado envolvido no processo de escondê-los. Seus escritos foram apenas um lembrete, para que assim não corresse o risco de perder as riquezas do Terceiro Reich.
Ainda de acordo com a Galileu, uma das especulações feitas pelos especialistas é que o militar alemão estaria sob o comando de ninguém menos que Heinrich Himmler, que era um dos líderes mais influentes dentro do Partido Nazista.
Para garantir que as 11 localizações permanecessem em segredo, os oficiais nazistas ainda teriam tomado providências drásticas, por exemplo assassinando as pessoas que ajudaram a mover os tesouros para seus esconderijos, jogando seus cadáveres junto com os artefatos e explodindo as entradas para selá-las. Foi o que registraram, pelo menos, outros documentos datados da mesma época.
Um dos mapas desenhados nas páginas do valioso diário indicaria que um dos tesouros fora colocado em um poço oculto que fica nas imediações do Palácio de Hochberg, na Polônia. Segundo repercutido pelo site The First News, a escavação em busca das preciosidades começou no início deste mês de maio.
Os pesquisadores envolvidos no trabalho esperam achar pelo menos 10 toneladas de ouro nazista nesse primeiro local. E isso que sua caça ao tesouro está apenas começando.
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