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Matérias / Simone Biles

5 segredos de Simone Biles revelados em documentário da Netflix

Da adoção pelo avô ao mau presságio em Tóquio, documentário da Netflix revela detalhes pouco conhecidos de uma das maiores ginastas de todos os tempos

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 07/08/2024, às 19h00

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Cena de 'O Retorno de Simone Biles' - Netflix
Cena de 'O Retorno de Simone Biles' - Netflix

Atualmente a segunda série mais assistida dentro da Netflix, 'O Retorno de Simone Biles' acompanha a ginasta em seu retorno olímpico, nos Jogos de Paris 2024, enquanto ela se prepara mental e fisicamente para a competição. 

Importante ressaltar que nas Olimpíadas de Tóquio 2020 (disputada em 2021 por conta da pandemia de Covid-19), Biles desistiu de competir para cuidar de sua saúde mental. Como consequência, as redes sociais bombardearam a atleta com comentários de ódio e criticando a decisão da ginasta. 

Após um tempo afastada, Simone Biles voltou a competir ao participar do Mundial da Antuérpia, em 2023 — competição essa acompanhada de perto pela equipe da Netflix e que resultou nos dois episódios já disponíveis na plataforma. 

+ Simone Biles relembra decisão nos Jogos Olímpicos: ‘Deveria ter desistido muito antes de Tóquio’

Em Paris 2024, Biles conquistou três medalhas de ouro (por equipes, individual geral e no salto) e uma de prata (sendo superada pela ginasta brasileira Rebeca Andrade no solo). 

Enquanto os próximos capítulos da produção não chegam ao catálogo da plataforma de streaming, a equipe do Aventuras na História separou as cinco principais revelações feitas, até então, em 'O Retorno de Simone Biles'; confira!


1. Presságio em Tóquio

Em 'O Retorno de Simone Biles', a própria ginasta norte-americana conta que tem uma forte intuição sobre as coisas e que, antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, teve um mau pressentimento sobre a competição. 

Conforme recorda o Screen Rant, durante um aquecimento para a prova de salto, quando as coisas não aconteceram como Simone gostaria, ficou claro para a ginasta e seus treinadores de que algo estava errado. 

Na ginástica, o termo usado para descrever o problema enfrentado por Simone Biles é twisties — um fenômeno psicológico que faz com que os atletas percam momentaneamente sua noção de espaço, explica o próprio site dos Jogos Olímpicos. Com seu corpo e mente 'desconectados', Biles decidiu desistir. 

Antes de Tóquio, recorda a produção, Simone Biles recebia uma quantidade insuperável de elogios — com muitos a rotulando como "a maior ginasta de todos os tempos".

Porém, embora ela ainda seja a maior referência atual dentro da modalidade, as pessoas ainda esperam sempre mais da ginasta a cada disputa, o que certamente a abalou psicologicamente.


2. Comparação com Kerri Strug

Um dos pontos centrais mostrados em 'O Retorno de Simone Biles' é, justamente, a pressão exercida sobre as ginastas, mostrando a opinião de jornalistas, comentaristas e ex-ginastas olímpicos sobre os padrões que as atletas são 'obrigadas' a alcançar, independente dos obstáculos mentais e físicos por trás disso. 

Quando Simone Biles se retirou dos Jogos Olímpicos de Tóquio, muitos relembraram as Olimpíadas de Atlanta 1996, quando a ginasta norte-americana Kerri Strug, apesar de ter rompido os ligamentos do joelho, fez um salto e garantiu a então inédita medalha de ouro por equipes para os Estados Unidos

'O Retorno de Simone Biles' inclui filmagens dos Jogos, mostrando Strug mancando após seu primeiro salto e caindo de joelhos. Após seu segundo salto, ela ficou incapaz de andar. Assim, após o afastamento de Biles, se questionou por qual motivo Simone não continuou competindo, afinal, Kerri o fez.

Por outro lado, também se debate que a atleta, naquela época, não teve essa opção, apesar dela sequer ter conseguido autorização para competir por conta de sua lesão.


3. Comentários estéticos

Nestes Jogos Olímpicos de ParisSimone Biles recebeu críticas em relação ao seu cabelo durante o evento de qualificação de sua categoria. Nas redes sociais, ela explicou o motivo de seu cabelo estar despenteado:

Não venha falar comigo sobre meu cabelo. Ele foi arrumado, mas o ônibus não tem ar condicionado e está tipo 90000 graus… Da próxima vez que você quiser comentar sobre o cabelo de uma garota negra, simplesmente não comente".

Essa, porém, não é a primeira vez que Simone Biles enfrenta críticas em relação à sua aparência. Além das mensagens de ódio por conta de sua desistência nas Olimpíadas passada, muitos também mostraram antipatia por seu penteado — algo que acontece com muitos atletas negros. 

No documentário da Netflix, as ex-ginastas Dominique Dawes e Betty Okino detalham suas experiências com comentários sobre suas respectivas aparências; especialmente sobre seu tipo de corpo e estilo do corte de cabelo. 

Muitos dos comentários mostrados apontam que o penteado associado aos vencedores olímpicos deveria ser um rabo de cavalo liso, muito parecido ao tipo de cabelo comum entre as ginastas brancas.


4. Adotada pelo avô

Nascida em 14 de março de 1997, Simone Biles teve uma infância conturbada ao lado de seus irmãos, muito em virtude dos problemas de sua mãe em decorrência da dependência química. Assim, eles constantemente entravam e saiam de lares adotivos. 

Simone e um de seus irmãos foram adotados por seu avô materno — enquanto os outros ficaram sob os cuidados de uma tia. Apesar do começo de vida difícil, Biles compartilha seu passado como forma de quebrar barreiras e estigmas; principalmente aqueles associados às crianças que são 'jogadas' no sistema de assistência social. 

Simone Biles - Netflix

Apesar dos problemas em casa, 'O Retorno de Simone Biles' também resgata o quão importante a família é para a atleta, exibindo vídeos caseiros de sua mãe, Nellie, fazendo tranças em seu cabelo — mostrando como Simone sempre teve um relacionamento próximo com seus pais, apesar de tudo.


5. Rigoroso centro de treinamento

Agora fechado permanentemente, o Karolyi Ranch foi um centro de treinamento para a equipe nacional feminina de ginástica dos Estados Unidos; sendo usado entre 2001 até meados de 2018.

Segundo a ginasta Aly Raisman, conforme repercute o Screen Rant, o antigo espaço é descrito como um ambiente onde a perfeição era esperada. Por lá, rir e se divertir não eram permitidos, visto que os ginastas eram obrigados a treinar em um ambiente rigoroso e silencioso. Durante o uso do local, reinou o estilo de treinamento perpetuado pelo casal Béla e Márta Károlyi, que levava as mentes e os corpos dos ginastas a um ponto de quase ruptura. 

Em 'O Retorno de Simone Biles', a ginasta recorda de um episódio em que ela deu um pequeno passo à frente ao pousar de um salto. Por conta da 'falha', os treinadores disseram que ela não tinha valor para o time.

Após o fechamento do Karolyi Ranch, muitas figuras dentro da ginástica apontaram que uma abordagem mais saudável para as atletas está se tornando algo comum, embora haja muito progresso a ser feito, visto que muitos ainda implementam a metodologia controversa dos Károlyi.