A declaração do papa faz parte de livro que será lançado por um jornalista em 3 de abril e ele revelou que foi usado para que Bento não fosse eleito
Isabelly de Lima Publicado em 01/04/2024, às 08h59
O PapaFrancisco surpreendeu ao revelar, neste domingo, 31, que foi instrumentalizado para evitar a eleição de Joseph Ratzinger, conhecido como Papa Bento XVI, durante o Conclave de 2006. A notícia veio à tona através da agência italiana de notícias ANSA, citando o jornal espanhol ABC.
Essas revelações foram feitas como parte do livro de entrevistas intitulado "El Sucesor" (O Sucessor), escrito pelo jornalista espanhol Javier Martínez-Brocal, no qual descreve as memórias do pontífice e sua relação com Bento XVI. A obra está programada para ser publicada em 3 de abril.
Francisco afirmou: "Naquele conclave eles me usaram". Ele explicou que, embora os cardeais jurem não divulgar o que acontece durante o conclave, os Papas têm permissão para fazê-lo, segundo a CNN Brasil.
Obtive 40 dos 115 votos na Capela Sistina. Foram suficientes para impedir a candidatura do cardeal Joseph Ratzinger, porque, se tivessem continuado a votar em mim, ele não teria conseguido chegar aos dois terços necessários para ser eleito Papa”, disse o argentino.
Franciso, então, foi questionado sobre quando essa manobra teria acontecido.
Ele detalhou que essa manobra ocorreu durante a segunda ou terceira votação, na manhã da terça-feira, 19 de abril de 2005, logo após o início do conclave em 18 de abril de 2005. Francisco revelou que ao perceber a operação, advertiu o cardeal colombiano Darío Castrillón, dizendo: "Não brinque com minha candidatura, porque agora eu digo que não aceito, hein? Me deixe aqui. E, assim, Benedito foi eleito", recordou.
Além disso, o Papa Francisco revelou que Ratzinger era o seu "candidato", pois ele era o único que poderia suceder João Paulo II após sua morte. Francisco expressou contentamento com a eleição de Bento XVI, afirmando: "Se tivessem escolhido alguém como eu, que causa tantos problemas, eu não teria podido fazer nada. Era um homem que se adaptava ao novo estilo e não foi fácil para ele. Ele encontrou muita resistência no Vaticano", concluiu.
