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Notícias / Naufrágio

Pesquisadores acreditam ter desvendado causa de naufrágio norueguês do século 18

Em 9 de novembro de 1721, o navio Providentz naufragou nas frias águas do Mar do Norte, na costa da Noruega; acidente foi motivo de discussão na época

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 04/09/2024, às 12h30

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Mergulhador durante busca no local do naufrágio do navio Providentz - Divulgação/Museu Marítimo Norueguês/Frode Kvalø
Mergulhador durante busca no local do naufrágio do navio Providentz - Divulgação/Museu Marítimo Norueguês/Frode Kvalø

Há 300 anos, o navio mercante Providentz naufragou no Mar do Norte, na costa da Noruega, e a divergência de versões da história na época fez das causas do naufrágio uma grande dúvida. Agora, porém, pesquisadores acreditam estar mais perto de desvendar esse incidente.

Conforme repercutido pela Revista Galileu, após o naufrágio, duas versões principais justificavam o acidente. O piloto do barco culpou aos demais membros da tripulação, que estariam bêbados na ocasião, atrapalhando assim na navegação; os marinheiros, porém, alegaram que o capitão seria o responsável, por ter dado comandos errados.

O navio em questão, Providentz, pertencia a Joseph e Walter Lavit, pai e filho de uma importante família da cidade de Cork, na Irlanda. Segundo comunicado no site do Museu Marítimo Norueguês, "ambos serviram como prefeitos e tiveram áreas públicas nomeadas em suas homenagens".

O navio mercante, por sua vez, partiu do porto de Cork em 22 de setembro de 1721, rumo a Arendal, na Noruega, para onde levava uma carga de manteiga, milho, grãos e malte. Em 16 de outubro a embarcação chegou em Mandal, também na Noruega, onde atracou para esperar melhores condições climáticas, antes de seguir a jornada.

Quase duas semanas depois, em 9 de novembro, um piloto local subiu no Providentz, para ajudar a tripulação a guiar o navio com segurança para o mar. Porém, o plano falhou, de forma que o navio não só encalhou, como ainda teve parte de seu casco aberto, afundando rapidamente. Felizmente, toda a tripulação conseguiu sair ilesa.

Na época, um julgamento foi estabelecido para tentar determinar a causa e o culpado sobre o naufrágio. O piloto norueguês, porém, não apareceu na audiência, mas expressou seu ponto de vista em uma carta, acusando alguns membros da tripulação, incluindo o imediato do navio, de estarem bêbados quando o Providentz afundou, atrapalhando na navegação adequada.

Porém, a tripulação fez outra alegação. Os marinheiros disseram que, enquanto manobrava o barco, o piloto confundiu estibordo (lado direito do navio) e bombordo (lado esquerdo), erro crucial para a navegação e que teria acarretado no naufrágio.

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Novas informações

Os restos naufragados do Providentz foram descobertos somente em 2020, quase 300 anos depois, pelo clube de mergulho de Mandal. A partir da descoberta, membros do Museu Marítimo Norueguês se debruçaram sobre os destroços — que ainda não tinham sido identificados como sendo do Providentz —, para tentar compreender mais sobre as causas do naufrágio.

Destroços do navio mercante Providentz / Crédito: Divulgação/Museu Marítimo Norueguês/Frode Kvalø

Foi somente em abril deste ano que a identidade do barco foi confirmada, graças a amostras de madeira coletadas, além de tubos de argila com o carimbo "Cork", sem mencionar o formato que a embarcação foi construída.

Para Jørgen Johannessen, arqueólogo marinho que liderou a equipe de pesquisa, todos os eventos relatados na época do naufrágio, tanto de que os tripulantes estavam bêbados quanto de que o piloto havia cometido erros, agravaram a situação do Providentz. Porém, ele aponta que um dos lados possui mais culpa:

Embora alguns membros da tripulação pudessem estar bêbados, como o piloto alegou, é provável que o seu erro de navegação tenha ofuscado essa questão. Muito possivelmente esse tenha sido o principal fator responsável pelo naufrágio do navio", declarou o arqueólogo à Newsweek.