Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Braceletes

O que revelaram os braceletes da primeira rainha do Egito

Artefatos pertenceram a Hetepheres I, que viveu há aproximadamente 4,6 mil anos

por Giovanna Gomes
[email protected]

Publicado em 06/06/2023, às 12h43 - Atualizado em 22/06/2023, às 14h46

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Braceletes de Hetepheres I - Divulgação / Museu de Belas Artes
Braceletes de Hetepheres I - Divulgação / Museu de Belas Artes

Pulseiras de prata utilizadas pela primeira rainha egípcia, Hetepheres I, revelaram as primeiras evidências de conexões comerciais entre o Egito e possivelmente a Grécia.

Como destacam pesquisadores, o tesouro encontrado na tumba da governante que viveu há aproximadamente 4,6 mil anos revelou que os egípcios tiveram contato com o minério de prata muito antes do que se imaginava.

Mãe de Khufu

Como informado pela revista Galileu, Hetepheres I era esposa do faraó Sneferu e mãe do rei Khufu, responsável pela encomenda da construção da Grande Pirâmide de Gizé.

Os objetos, que constituem a maior coleção de artefatos egípcios de prata, foram detalhados em um artigo publicado na edição de junho do Journal of Archaeological Science Reports.

Composição

O estudo, que foi feito por arqueólogos da Universidade Macquarie, na Austrália, analisou amostras das pulseiras a fim de compreender a composição dessas joias e identificar sua origem. A partir de técnicas avançadas foi possível determinar que os objetos continham cobre, ouro, chumbo e aplicação de pedras semipreciosas. O destaque principal, no entanto, foram os vestígios de prata.

Depósitos de prata

A ausência de depósitos de prata nativa no Egito sugere que, durante a confecção das joias da rainha, o material não poderia ter sido extraído localmente. A presença de prata em peças egípcias foi observada pela primeira vez no país durante o quarto milênio a.C., e a origem desse metal ainda permanece um mistério.

"Essa nova descoberta demonstra, pela primeira vez, a potencial extensão geográfica das redes comerciais utilizadas pelo Estado egípcio durante o início do Império Antigo, no auge da era da construção das pirâmides", declarou, em comunicado, Karin Sowada, professora do Departamento de História e Arqueologia da Universidade Macquarie.

Hipóteses

De acordo com os resultados da pesquisa, é provável que a prata tenha sido obtida das Ilhas Cíclades, um arquipélago localizado no Mar Egeu, a sudeste da Grécia, ou mesmo de Lavrion, uma cidade portuária situada na parte sudeste de Ática, também na Grécia. Uma outra hipótese levantada é que a prata tenha sido importada para o Egito, provavelmente da cidade portuária de Biblos, no atual Líbano.

Embora os antigos textos egípcios não façam menção a uma fonte local, uma perspectiva alternativa surge a partir da presença de ouro em artefatos de prata, juntamente com o alto teor de ouro e eletro (uma liga natural de prata e ouro conhecida em inglês como "ouro verde"), às vezes contendo traços de cobre e outros metais. Essa perspectiva sugere que a prata poderia ter vindo de fontes locais no Egito.

+ Confira aqui o estudo completo.